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Cuiabá, 17 de Março de 2025
17 de Março de 2025

20 de Junho de 2013, 22h:01 - A | A

CIDADES / FINAL INFELIZ

Clima tenso, depredação na AL-MT e bombas marcam fim de manifesto; veja fotos

RENAN MARCEL, da redação



O manifesto que começou de forma pacífica em Cuiabá chegou ao final da noite dessa quinta-feira (20) em clima de tensão. Um pequeno grupo de pessoas encapuzadas arremessou pedras contra a vidraça da Assembleia Legislativa e o Instituto Memória do Poder Legislativo e ateou fogo em uma caçamba ao lado do Instituto. Os outros manifestantes vaiavam os atos de vandalismo e chegaram até a se colocarem à frente dos alvos de vidro.

Logo no começo, quando a multidão chegou próximo à Assembleia, um grupo de jovens, muitos deles mascarados ou encapuzados, se desprendeu do restante da multidão, que havia parado, atendendo aos pedidos dos organizadores do manifesto. Um dos jovens, enfurecido, criticava a Polícia, a qual chamava de corrupta. Nesse momento, a PM se dirigia mais rapidamente para a entrada da Casa, para formar o cordão de proteção.

Quando a massa foi liberada para chegar finalmente na porta de entrada da Assembleia, os manifestantes que estavam na vanguarda do aglomerado de pessoas ajudaram a reforçar o cordão feito pela PM, a fim de evitar o quebra-quebra.

Por cerca de 20 minutos os manifestantes gritaram palavras de ordem contra a presidente Dilma, o governador Silval Barbosa, o prefeito Mauro Mendes e o deputado Jose Riva. As obras da Copa e a corrupção também foram fortemente criticadas em gritos de ordem.


Depois desse momento uma bomba foi jogada próxima à piscina que fica em frente à Assembleia. A jovem Jaqueline Nunes, de 16 anos, quase foi atingida e sentiu dor nos ouvidos na hora. Mas ela mesma disse que estava bem e tranquilizou os amigos presentes.


 

A tensão se instalou e os organizadores do manifesto resolveram dispersar o povo, fazendo-o caminhar até o Palácio Paiaguas, onde a PM e uma equipe do Corpo de Bombeiros estava de prontidão para qualquer ato de violência. O objetivo dos organizadores era caminhar pelo Centro Político e voltar para a Av. do CPA, encerrando o ato. No entanto, a maior parte das quase 60 mil pessoas não acompanhou o movimento e continuou na frente da Assembleia.

A depredação começou por volta das 19:30h. Além de receber pedradas, parede de vidros da Assembleia foi pichada com os dizeres “Fora Riva”. A fachada vermelha do local, onde ficam os letreiros de “Assembleia Legislativa”, também foi pichada com os mesmos dizeres. Duas pessoas foram presas suspeitas de envolvimento com a depredação da Assembleia. Segundo a PM, um dos jovens estava com um saco de pedras e uma bandeira de Mato Grosso. Eles foram encaminhados ao Sisc Planalto.

Ao mesmo tempo mais pessoas iam chegando ao local. Eram jovens, estudantes, senhores, senhoras, e até famílias inteiras.

Do outro lado, no Instituto Memória do Poder Legislativo, a depredação foi mais violenta. Os encapuzados aproveitaram o espaço coberto por árvores do estacionamento para se esconderem, enquanto arremessavam pedras em direção a fachada do Instituto, sem se importar com os manifestantes pacíficos em volta. 

Para tentar intimidá-los um grupo de manifestantes, aos gritos de “Sem violência!” e “Sem vandalismo!” partiu em direção à porta do local e fez uma barreira, iniciada pela jovem da foto abaixo. Mas de nada adiantou. Ora ou outra, novas pedras eram arremessadas no local.

Mais no final da noite, por volta das 20h, o fogo dentro de uma caçamba ao lado do Instituto chamou a atenção dos manifestantes. Enquanto uns tentavam apagar, outros atiravam cartazes e galhos secos, alimentando as chamas.

 

 

Nesse horário grande parte da multidão já se encaminhava para a Av. do CPA, esvaziando o movimento. Simultaneamente, uma nova concentração de pessoas ocupava a Praça das Bandeiras, onde houve princípio de tumulto e, novamente, outra bomba foi arremessada. Outra jovem também quase foi atingida. Segundo testemunhas, com o susto ela correu, caiu e desmaiou. “Mas logo acordou”, conta a testemunha.

 

Reclamações

A auxiliar administrativo Geracilna de Soares Arruda esteve no movimento acompanhando a filha de 17 anos que é ativista. Arruda acredita no movimento e em suas causas e esteve acompanhando desde a última quarta-feira (19) as manifestações. Mas ela critica a falta de organização e também a falta de bandeiras mais cotidianas, como a violência contra as mulheres e a pedofilia.

“Com certeza vai ter resultados, porque os políticos vão ver que o nosso povo e os nosso jovens têm consciência, só faltava coragem. Mas acho que precisava abordar problemas mais reais, como a violência contra a mulher, a maioridade penal e a pedofilia”, afirma.

Apoio

Apesar dos reprováveis atos de vandalismo e baderna, houve quem não se importasse. O casal Felipe (22) e Maria Carvalho (35) continuou no protesto, apoiando os manifestantes. Maria acredita que a população acordou e está cansada da corrupção política. “A população cansou de ser roubada. Isso aqui [o manifesto] é um grito de basta”, afirmou.

Já Felipe critica veementemente a realização da Copa no Brasil. “Essa Copa é para os ricos. Os pobres não vão ter condições de assistir aos jogos. Enquanto isso falta saúde, educação e a comida e a água cada vez mais caras. É imposto em cima de imposto”, critica.

 

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