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Cuiabá, 28 de Março de 2025
28 de Março de 2025

25 de Fevereiro de 2013, 17h:32 - A | A

CIDADES / CENTRO HISTÓRICO

Burocracia e abandono fazem ruir antigo casarão de Cuiabá

Prefeito Mauro Mendes foi a Brasília em busca de recursos de R$ 300 milhões para investir no Centro, mas enquanto verba não vem, cenas assim contribuem para proliferação de pragas e doenças

ANA ADÉLIA JÁCOMO



Um casarão localizado em frente à Praça Conde de Azambuja, a "Praça da Mandioca", tradicional ponto turístico do Centro Histórico de Cuiabá, há tempos tornou-se uma fonte de preocupação para a vizinhança. O telhado há muito tempo já caiu. Os muros laterais são sustentados com vigas de madeira e uma cerca com lâminas de ferro cercam o imóvel, que acumula mato, lixo e muita sujeira.


Todos os anos, a citada praça é palco de um dos maiores carnavais de rua da cidade, mesmo assim os trâmites burocráticos e a lentidão judicial contribuem para que o patrimônio tombado seja sucumbido pela deterioração do tempo e do descaso.


Amélia Hirata é chefe da divisão técnica do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico em Cuiabá), e afirmou nesta segunda-feira (25) ao RepórterMT que qualquer reforma no imóvel precisa ser autorizada pelo instituto e pela prefeitura. O prazo para o trâmite, segundo ela, é de 10 meses. No entanto, o casarão vive a situação de abandono há muito anos.


Hirata disse que não tinha informações sobre a atual situação documental do casarão, mas disse que o projeto de reforma já foi aprovado pelo Iphan e enviado ao Palácio Alencastro. A assessoria de Comunicação da prefeitura afirmou que o Secretário de Cultura e Turismo Marcus Fabrício está em Brasília com o prefeito Mauro Mendes e que não poderia responder aos questionamentos.
 

A “briga” se arrasta a, no mínimo, três anos. Os proprietários Marly e Márcio Souza Lima, adquiriram o imóvel no final de 2010 e já tiveram um projeto de reforma barrado pelo Iphan. O órgão recorreu à Justiça, após falharem todas as saídas administrativas quanto à manutenção do imóvel comprado.

O juiz César Augusto Bearsi, da 3ª Vara Federal, foi favorável ao Iphan e deu um prazo de 48 horas aos donos para que a situação do casarão começasse a ser regularizada. O objetivo da compra do casarão era de transformar o imóvel em salas comerciais.

De acordo com o Iphan, 377 imóveis são tombados na região e, destes, 20% estão em situação crítica, como o da Rua Pedro Celestino.

Na tentativa de sanar o abandono no Centro Histórico, o prefeito viajou com Marcus Fabrício para apresentar uma proposta de revitalização ao Iphan de Brasília. Cuiabá pleiteia recursos do Programa PAC Cidades Históricas, do Governo Federal. Segundo Mendes, o Instituto concedeu mais 30 dias de prazo para apresentação de um projeto básico-executivo de revitalização do Centro Histórico.


“Cuiabá disputa com mais 44 cidades um recurso de R$ 300 milhões nesta primeira etapa do programa. Cabe a nós sermos competentes para fazer um bom projeto básico-executivo, que será o critério de seleção para a distribuição desse dinheiro”, disse o prefeito.


De acordo com Mendes, o projeto de Cuiabá contempla, entre outras melhorias, o rebaixamento da fiação, a ampliação das calçadas, a restauração das vias e a recuperação e destinação para uso dos prédios públicos e casarões abandonados.


  Fotos:  AAJ/RepórterMT

  Parte interna do casarão acumula mato; risco de dengue e proliferação de animais peçonhentos


   Devido ao risco de desabamento, frente foi isolada por cercado de ferro


   Vigas de madeira que sustentam fachada

 

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