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Primeira correspondente da Globo na Europa, a repórter Sandra Passarinho pediu demissão da emissora após 50 anos de casa. Ela foi convidada para ser estagiária na empresa em 1969, quando tinha apenas 19 anos. Em comunicado à Redação na manhã desta sexta-feira (20), o diretor-geral de Jornalismo, Ali Kamel, informou que Sandra decidiu deixar o jornalismo diário e se dedicar a novos projetos.
A jornalista de 69 anos foi convidada por um amigo que fez quando cursou Ciências Sociais em Londres, na Polytechnic of Central London, para participar de um projeto digital. "O que a cativa é continuar de alguma forma a buscar outras formas de contar histórias. Como ela me disse, o que somos nós jornalistas senão 'historiadores' do nosso tempo?", escreveu Ali Kamel. Apesar da nova iniciativa da repórter acontecer fora do país, ela não irá se mudar para Londres.
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"Sandra Passarinho fez História na TV", elogiou o diretor diretor-geral de Jornalismo. "No começo daquela década, enquanto a censura dificultava a cobertura dos fatos nacionais, o noticiário internacional era a saída possível. E, em 1972, Sandra já fazia sua primeira aproximação com os fatos que ultrapassavam as nossas fronteiras", continuou no comunicado.
A repórter foi editora do Jornal Internacional, com ênfase em notícias internacionais, que era veiculado à noite. A partir desse momento, Sandra se tornou itinerante no exterior. "Passou seis meses sem endereço fixo, viajando sem parar para onde estivesse a notícia. Deslocava-se no ritmo dos acontecimentos, aprendendo a fazer jornalismo na prática. Era repórter, mas também produtora, pauteira e editora", disse Kamel.
Nos 50 anos de história na Globo, Sandra teve apenas um intervalo na empresa entre 1982 e 1985, quando trabalhou para o serviço brasileiro de notícias da BBC. Nesse período, ela colaborou com TVs da Alemanha e Finlândia e passou um ano como correspondente internacional da TV Manchete.