RAFAEL SOUSA
Nem mesmo o calor de 40° graus e baixa umidade relativa do ar afastaram as quase quatro mil pessoas que acompanharam, na tarde desta sexta-feira (4), a 13° Parada do Orgulho Gay de Cuiabá. Com o tema “Ame. Viva. Tenha orgulho” dois trios elétricos movimentaram a manifestação que começou às 14h em frente à Praça Ipiranga, no centro da cidade.
Um evento bem diferente de anos anteriores, sem seios à mostra ou qualquer outro tipo de insinuação mais apelativa, os organizadores da Parada Gay de Cuiabá pregaram o fim do preconceito e da homofobia. "Não existe terceiro sexo, só a sua ignorância", gritavam em cima do trio elétrico. Populares que passavam pelas ruas e funcionários de empresas registravam o evento com fotos e filmagens como uma forma de apoio aos protestantes.
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RepórterMT

“Nós queremos apenas mais respeito. Muitos gays hoje são mortos apenas pela sua orientação sexual, por isso estamos manifestando", afirma a travesti Chica da Silva (foto).
"Não existe terceiro sexo, só a sua ignorância", gritavam os organizadores, pedindo o fim do preconceito e da homofobia.
Com fantasias ‘extravagantes’, cartazes com pedido de mais liberdade e palavras de ordem, a 'caravana' percorreu cerca de 10 quilômetros pelas avenidas Prainha, Getúlio Vargas e Isaac Póvoas, com 'direito' a até limousine.
Uma bandeira de aproximadamente cinco metros, com o desenho de um arco-íris se destacou no meio das milhares de pessoas. Cartazes também reforçavam a o pedido de respeito. “Sou gay, sou lésbica, sou bissexual, sou transexual, sou heterossexual, sou humano, somos todos iguais”, dizia uma militante LGBT.
Teve integrante que percorreu todo o trajeto, com mão e boca amordaçadas. Anderson Lima, um dos participantes, disse que o evento é uma forma de garantir mais respeito à diversidade. “É um movimento social e cultural de integração de gêneros para que diminua a violência, discriminação e forma de olhar para a homossexualidade. O pensamento da sociedade ainda é muito conservador diante dos diferentes tipos de comportamentos”, afirma ele.
Cartazes reforçavam a o pedido de respeito. “Sou gay, sou lésbica, sou bissexual, sou transexual, sou heterossexual, sou humano, somos todos iguais”, dizia uma militante LGBT.
As travestis também buscam mais liberdade e reconhecimento e, principalmente, o direito em usar o nome social. Segundo Chica da Silva todos são seres humanos independente da sexualidade. “Nós queremos apenas mais respeito. Muitos gays hoje são mortos apenas pela sua orientação sexual, por isso estamos manifestando. Somos seres humanos iguais a qualquer heterossexual e exigimos nossos direitos, assim como temos deveres”, protesta Chica.
O objetivo é chamar a atenção para a aprovação nacional de uma lei que criminalize a homofobia e coíba agressões e violações de direitos humanos que afetem a comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).
Veja fotos do evento que, neste ano, reuniu menos simpatizantes que em anos anteriores.