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Fã do Paramore, o estudante universitário Effemberg Gomes, 18, de Fortaleza (CE), diz que foi impedido de acompanhar a atual turnê da banda no Brasil após ter sido comparado ao assassino de John Lennon. Segundo ele, que alega ter investido R$ 6 mil para ver sete shows, o episódio da “expulsão” aconteceu em Brasília, no dia 28 de julho, na fila da apresentação do grupo.
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O suposto veto partiu de um segurança estrangeiro – o fã não acredita que qualquer integrante do Paramore saiba da ocorrência. O funcionário teria chamado o jovem de “histérico” e o acusado de perseguir ao Paramore. Em entrevista ao G1 por telefone nesta sexta-feira (2), Gomes diz ter contratato um escritório de advocacia e querer R$ 500 mil de indenização. Até a publicação desta reportagem, a produtora XYZ, organizadora da turnê, não tinha se manifestado sobre o episódio. A excursão da banda termina neste domingo (4), em Porto Alegre.
Effemberg Gomes lembra que o segurança o recriminou por estar “seguindo a banda”. “Ele falou que eu não era mais bem vindo e que tinha atacado a banda no elevador do hotel”, comenta. “Mas eu nem vi a banda nos hotéis. Depois, falou que eles [equipe de segurança] não me conheciam e que do mesmo jeito que um fã matou o John Lennon eu podia também fazer isso. Falou até o nome do cara, do assassino". Mark Chapman matou John Lennon em dezembro de 1980.
O universitário conta que seu dinheiro foi gasto em transporte, hospedagem e ingressos para os sete shows. Segundo ele, foi possível assistir apenas às duas primeiras apresentações: no Rio (25 de julho) e em Belo Horizonte (26 de julho). Ficaram faltando as de Brasília, São Paulo (30 e 31 de julho), Curitiba (2 de agosto) e Porto Alegre. Em Brasília, enquanto era advertido pelo segurança, uma representante da XYZ teria proposto o reembolso do dinheiro de Effemberg, o que ainda não teria acontecido.
"Não estou preocupado com o dinheiro. O que eu queria mesmo é que desse tempo de eu ir no show de Poá [Porto Alegre], para tentar ver a banda, ter uma nova chance", comenta. "Queria explicar o que aconteceu, porque acho que a banda nem sabe."
Encontro no camarim
Gomes afirma que chegou a se encontrar com o Paramore no camarim antes da apresentação do Rio. “Expliquei que estaria em todos os shows e que ficaria nos mesmos hotéis. Eles [integrantes] falaram que iriam se lembrar do meu rosto e iriam me procurar”, recorda, citando ser provável que a banda desconheça a "expulsão". "Tenho juntado dinheiro há muito tempo, e tiraram isso de mim por nada."
Segundo o fã, que junto com outros admiradores foi chamado ao palco no Rio, tudo corria bem até o término do show seguinte, em Belo Horizonte. "Eu, um amigo e uma amiga estávamos hospedados no mesmo hotel do Paramore. Fomos para lá e ficamos no hall esperando a banda passar, somos fãs calmos. Nesse momento, veio o segurança estrangeiro e disse que estávamos incomodando a banda”, explica Gomes. “Ele pediu para sairmos do hotel ou para irmos para o nosso quarto”.
Depois disso, teria ocorrido uma discussão com um segundo segurança, desta vez brasileiro. O mal entendido chegou ao ápice em Brasília. Primeiro, no hotel, com o mesmo segurança brasileiro. "Ele falou: 'Vocês estão seguindo a gente em todos os shows, já decorei o rosto de vocês. Vou fazer de tudo pra atrapalhar vocês!'", cita Gomes. Para ele, foi este o funcinário responsável por influenciar a atitude derradeira do colega estrangeiro quando este, na fila do show, estabeleceu a proibição definitiva.
O fã conta que, de imediato, ficou "anestesiado', mas tentou argumentar em favor de sua manutenção na turnê, sem sucesso. “Voltei para o hotel, arrumei minhas coisas. Dormi no aeroporto de Brasília e paguei R$ 900 e pouco pela passagem do primeiro voo para Fortaleza, foi caríssimo”, afirma Effemberg Comes. Ele diz ainda que, antes de voltar para casa, decidiu “excluir todas as contas, de Facebook, Twitter, Instagram”. Não queria que os amigos lhe fizessem perguntas sobre o porquê do regresso precoce para casa.