DA REDAÇÃO
Um dos alvos da Polícia Federal, identificado como Marcos Rogério Araújo Nogueira, conhecido como 'Marquinhos', é muito conhecido da sociedade rondonopolitana. Ele ficou ainda mais famoso na região após adquirir, em 2017, um Chevrolet Corvette do cantor Gusttavo Lima, avaliado em R$ 700 mil (preço da època), que gravou um vídeo apresentando a “máquina”.
“Estou te entregando o carro, cuida bem. Quando eu estiver em Rondonópolis o franguinho caipira e o churrasco ‘é’ por sua conta”, disse o cantor em uma gravação na época.
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Vale lembrar que o sertanejo não tem nenhuma relação com a operação da PF.
Quatro meses antes, Marquinhos foi detido em Rondonópolis embriagado e em alta velocidade. O empresário portava uma Ferrari modelo 458 Itália – avaliada em mais de R$ 1 milhão.
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Conforme informações do boletim de ocorrência nº 2017.178310, os policiais militares viram a Ferrari em alta velocidade e trafegava fazendo 'zigue-zague' numa avenida da cidade.
Ao abordarem o empresário, os militares notaram claros sinais de embriaguez, como olhos avermelhados, soluços, odor etílico e desorientação sobre dia, data e hora. Além disso, ele foi flagrado com uma garrafa de uísque no interior do carro.
Os agentes solicitaram o exame de alcoolemia no qual foi identificado teor de 0,82 Mg/L de álcool, valor acima do permitido por lei.
Veja vídeo (se tiver problemas em abrir o vídeo, clique no link)
A operação
A PF confirmou que a Justiça autorizou o bloqueio das contas, onde foram encontrados R$ 200 milhões.
As investigações mostraram que foram movimentados mais de meio bilhão de reais, apenas entre dois principais alvos as movimentações superaram 220 milhões. Foi constatado que os valores movimentados e os bens são incompatíveis com a renda declarada pelos envolvidos aumentando as suspeitas de que sejam produto de atividades criminosas.
Verificou-se também a existência de laranjas que emprestavam suas contas para que ocultar a origem e destino dos valores. Da mesma forma, essas pessoas não possuem poder econômico para tais movimentações.
Os criminosos usavam empresas de fachada (factoring, transportadora, imobiliária, entre outras) para a lavagem de dinheiro. Porém, nas investigações, não foram encontradas produções altas, que justificassem o montante movimentado por elas.
As empresas apontadas não tinham endereço e nem funcionários registrados. O grupo ainda confeccionava boletins de ocorrências falsos, relatando roubo de carga.
O nome da operação faz referência aos “Argentarius”, que eram personagens do Império Romano responsáveis por bancos de depósito e operações de câmbio. Eram bancos particulares, com atuação, portanto, semelhante ao do principal alvo da ação.
A reportagem localizará o advogado dos alvos.