MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO
Esta terça-feira (22) promete ser muito movimentada na Câmara Municipal de Cuiabá. Conforme o presidente da Casa, vereador Júlio Pinheiro (PTB), já havia anunciado, os vereadores devem votar, em sessão ordinária, se irão acatar o pedido do Movimento de Combate à Corrupção (MCC) e abrir um novo pedido de cassação contra o vereador João Emanuel (PSD). Além disso, os edis devem se reunir antes da sessão para definir se haverá uma sessão extraordinária na quarta-feira (23), para votar a quebra de decoro de João Emanuel, o que pode levar à cassação do mandato do vereador.
A votação da quebra de decoro deveria ocorrer na última terça-feira (15), mas foi suspensa pela desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, que suspendeu todo o processo de investigação da Câmara, contra João Emanuel, alegando que o mesmo não havia recebido da Comissão de Ética todas as provas contra ele.
Agora os vereadores tentam reverter essa situação. Eles entraram com pedido para que a magistrada reconsiderasse sua decisão e aguardam que, na terça, a resposta da desembargadora seja favorável à Câmara. Dessa forma os "nobres" poderão realizar na quarta-feira a sessão que pode cassar o mandato de João Emanuel.
Já o pedido de cassação impetrado pelo MCC diz respeito ao episódio, em que um suposto segurança de João Emanuel teria agredido uma ativista do Movimento, após uma discussão da mesma com o vereador. O pedido foi entregue à Mesa Diretora na sessão da última terça.
ENTENDA O CASO
A ativista Ivonete Jacob (47) registrou um Boletim de Ocorrência no dia 3 de março, acusando o segurança de agressão.
Segundo ela, ao discutir com o edil, na Câmara dos Vereadores, o homem teria a agredido com um soco no rosto e saído de perto.
Ao RepórterMT, Ivonete afirmou que foi assistir a sessão da Câmara, quando em frente a sala da presidência, encontrou o vereador João Emanuel. “Me aproximei dele (João), e fiz a pergunta, dizendo como ele tinha sido tratado nos dois dias que ficou na cadeia (Anexo da Penitenciária Central do Estado)”, destacou.
Segundo a ativista, ao ouvir a pergunta, João Emanuel ficou enfurecido e saiu atacando a mulher dizendo vários palavrões. “Ele ainda falou que havia sido tratado como minha mãe foi tratada. Porém, eu rebati dizendo que minha família não é corrupta”, explicou.
No mesmo instante, Ivonete relata que foi atingida por um soco, desferido pelo segurança do vereador. “Alguém me deu um soco no meu rosto, com isso, eu caiu para trás e machuquei minhas costas. O impacto da queda ainda fez com que meu tablet quebrasse o visor”, disse.
Para Ivonete a agressão do segurança só mostra o caráter verdadeiro do vereador. “Se o capataz (segurança) dele agredi, tem alguma coisa de errado ai. Me diz com quem tu andas que eu direi quem tu és, uma pessoa que não deve não teme. Se ele anda com um capataz, que são capazes de bater, diante de todas as acusações que existem, eu acho simplesmente que há uma incoerência do comportamento cuiabano. Corruptos merecem o lugar deles, que é a cadeia”, destacou.
