RENAN MARCEL
Enquanto o deputado José Riva (PSD) aponta “golpe ilegal e bisonho” na tentativa de afastar seu genro, o vereador João Emanuel (PSD), da presidência da Câmara Municipal de Cuiabá, o senador Pedro Taques (PDT), um dos nomes que lideram o grupo de oposição aos sociais democratas, assina embaixo da ação dos vereadores Adevair Cabral e Renivaldo Nascimento, ambos do PDT.
Os vereadores fazem parte do grupo de dezesseis parlamentares que, na última quinta-feira (29), aprovou o afastamento temporário de Emanuel em sessão polêmica.
“Eu confio nos dois vereadores do PDT. Eu assino embaixo das manifestações dos dois vereadores do PDT na Câmara Municipal de Cuiabá”, afirmou durante o primeiro encontro regional do partido com 13 diretórios municipais da região da baixada cuiabana, que foi realizado na manhã deste sábado (31).
No entanto, o senador reconhece que o pé de guerra entre a Prefeitura e a Casa de Leis, intensificado nas últimas duas semanas, prejudica o processo democrático. “Nós temos que entender que a Câmara municipal é muito importante e tem que ser independente. Mas nós não podemos ficar em guerrilha 24 horas entre a Câmara e o Executivo. Isso diminui o processo democrático” afirmou.
CPI dos Maquinários
O senador afirmou que também confia no trabalho do aliado Mauro Mendes (PSB), prefeito de Cuiabá, mas não é contrário à investigação proposta pela CPI dos Maquinários. “Todos os casos devem ser investigados. Isso faz parte do processo democrático. Você ser investigado não significa que você é culpado. Ninguém está acima da lei. Eu não estou acima da lei, o Mauro não está acima da lei”, afirmou.
No entanto, Taques observou que a CPI precisa respeitar o princípio da proporcionalidade. “Falo isso academicamente, como professor de Direito Constitucional, afirmo que as minorias parlamentares devem ser preservadas. E, aliás, houve uma liminar nesse sentido”, lembrou o parlamentar.
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