RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
Pelo menos metade dos prefeitos do estado devem se reunir, nesta quinta-feira (10), na sede da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) para discutir o novo projeto do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), proposto pelo governador Pedro Taques (PSDB), e sobre o polêmico pedido de impeachment feito pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), contra a presidente Dilma Rousseff (PT).
"Hoje ainda não há uma ideia, uma posição formada em relação ao posicionamento dos prefeitos. Nós vamos sentir isso na quinta-feira”, disse o presidente da AMM
O presidente da AMM, Neurilan Fraga, confirmou que a reunião agendada para às 9 horas, da quinta-feira, também deve discutir outros temas como o posicionamento da maioria dos prefeitos, que “vivem” atualmente uma forte crise econômica devido aos atrasos constantes nos repasses do governo Federal,e o pedido de afastamento da presidente da República.
“Nós queremos sentir dos prefeitos qual é a posição da maioria com relação ao pedido de impeachment na Câmara Federal. Hoje ainda não há uma ideia, uma posição formada em relação ao posicionamento dos prefeitos. Nós vamos sentir isso na quinta-feira”, garantiu o presidente da associação e prefeito de Nortelândia, Neurilan Fraga.
Os prefeitos virão a Cuiabá para ter acesso à proposta do novo Fethab que será enviada à Assembleia pelo governador Pedro Taques (PSDB) até a próxima sexta-feira (11). “Estamos desde a semana passada de prontidão aqui em Cuiabá, aguardando essa proposta chegar à Assembleia porque ainda não tivemos acesso, em nenhum momento, à proposta, para podermos estudá-la, entendê-la e se for necessário fazer alterações em nível de Assembleia; se for necessário", garante Fraga.
"Estamos desde a semana passada de prontidão aqui em Cuiabá, aguardando essa proposta chegar à Assembleia porque ainda não tivemos acesso, em nenhum momento, à proposta", frisou.
O ano de 2015 foi difícil para 70% das Prefeituras de Mato Grosso. Para piorar a situação, há uma ‘onda’ de pessimismo devido à crise econômica, com diversas obras paradas e falta de repasses, além do governo da presidente Dilma ter aumentado as dificuldades de financiamento.
Assim como os municípios, o governo do Estado também tem dificuldades nos recebimentos dos recursos, que são de responsabilidade da União, além da instabilidade política que passa o país. Tudo isso deve pesar na decisão dos chefes dos prefeitos.
O governador Pedro Taques já se posicionou favorável ao impeachment de Dilma, com sua influência, o posicionamento deve ser apoiado por dezenas ou até a maioria dos 141 prefeitos. “Já defendo isso há muito tempo. Enquanto muitos se acovardavam eu defendi isso junto à imprensa, defendi isso em entrevistas. O Brasil está parado, o Brasil está numa crise, em uma recessão. Este ano o PIB vai cair 4% no Brasil todo. Aqui em Mato Grosso, nós teremos um PIB de 2,9% de crescimento e já existe previsão de que ano que vem vai cair mais 3% no país”, comentou o governador em uma entrevista no dia 3 de dezembro quando o assunto foi anunciado oficialmente.
Segundo Taques, esta crise seria reflexo da atual adminsitração. “É a falta de competência para administrar, o amadorismo no administrar”, criticou, após cerimônia de entrega de viaturas para o Corpo de Bombeiros, na Arena Pantanal.
PEDIDO DE IMPEDIMENTO
O pedido de impeachment foi protocolado na Câmara Federal por partidos da oposição ao Palácio do Planalto e foi acatado pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB) no dia 2 de dezembro. O argumento usado para provocar o afastamento é que os decretos publicados pelo governo em 2015, que aumentaram despesas sem autorização do Legislativo, e as chamadas pedaladas fiscais.