DA REDAÇÃO 18h45
O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, rebateu no final da tarde as acusações de um empreiteiro de que estaria "tramando" para cancelar o contrato da construtora responsável pelas obras do rodoanel em Cuiabá, para repassar para outra empresa que faria parte do "esquema do Dnit". Pagot afirmou por meio de sua assessoria, que o empresário Luís Francisco Félix "não tem credibilidade e terá que responder nos tribunais por sua acusação".
A denúncia foi publicada hoje no site Midia News. O empresário, conhecido como Caxito, afirmou que Pagot e o superintendente do Dnit em Mato Grosso, Newton de Brito, estariam arquitetando um "esquema contra a sua construtora, a Conspav Pavimentação Ltda. "Eles querem licitar a obra novamente e dar para um de seus comparsas. Há uns dois anos, inclusive, eu fui chamado pelo próprio Pagot, em seu gabinete no DNIT, para conversar sobre a liberação de recursos para o Rodoanel. Na ocasião, ele pediu para eu pagar uma dívida de R$ 600 mil de seu irmão, José Carlos Pagot, em algumas factorings de Cuiabá. É óbvio que eu não aceitei. Aliás, nunca aceitei entrar em esquemas", afirmou.
Logo após o encontro com Pagot, o empresário disse que foi procurado pelo engenheiro Rui Barbosa Egual, antecessor de Britto na superintendência do Dnit em Mato Grosso. "Ele pediu para eu passar todas as obras correntes e de drenagem, bueiros, viadutos e pontes para o Newton de Britto, que é dono da Engeponte Construções. Não tenho dúvidas de que Pagot e Britto querem as obras do Rodoanel", disse ao Midia News.
Em resposta, Pagot disse que as "afirmações são inverídicas de um empresário sem credibilidade, que terá que responder nos tribunais por suas declarações". Pagot disse ainda que o Dnit não medirá esforços para apurar as responsabilidades. "Doa a quem doer", frisou.
De acordo com declarações de Newton de Britto à imprensa esta semana, técnicos estão fazendo um levantamento para verificar suspeitas de irregularidades na medição da obra do rodoanel e que está sendo executada pela Conspav. Por conta de medições irregulares, a suspeita é que pode ter havido um desvio de até R$ 9 milhões. Os recursos já repassados pelo Dnit, que mantém convênio com a prefeitura de Cuiabá, chegam a R$ 19 milhões de um total de R$ 45 milhões previstos. Até agora foram concluídos apenas 17% da obra, que terá uma extensão de 39,6 quilômetros e irá desviar o trânsito pesado do centro da cidade. O dono da Conspav se defende e diz que as medições feitas sob sua responsabilidade estão corretas.
Segundo o empresário, em dezembro passado foi cancelado o convênio entre o Dnit e a Prefeitura de Cuiabá. "Agora, eles vão fazer a prestação de contas não andar com o objetivo de cancelar o contrato, alegando problemas técnicos ou fraudes. Agora, eu pergunto: como se cancela um contrato assim, se eles ainda me devem? Quero que eles provem essas fraudes", afirmou. O prefeito Chico Galindo, declarou esta semana que não foi notificado de nenhuma irregularidade.
