Ex de Júnior Mendonça, Karina faz novas revelações e cita Taques e Jayme

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Karina, que denunciou o suposto esquema e que foi a principal testemunha da primeira fase da Ararath.

MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO

A sexta fase da Operação Ararath trouxe à tona novas denúncias da colunista social, Karina Nogueira, ex-mulher de Júnior Mendonça, principal investigado de um esquema de lavagem de dinheiro que envolveria vários políticos e empresas mato-grossenses.

Karina, que denunciou o suposto esquema e que foi a principal testemunha da primeira fase da Ararath, em novembro de 2013, levanta, agora, a hipótese de que a última fase da Operação, que expôs o nome de vários políticos, não revela quem realmente teria ligações fortes com Mendonça, que agora atua como delator das investigações.

Em suas novas revelações, Karina cita o envolvimento do senador Jayme Campos (DEM) e de sua família, com seu ex-marido e ainda levanta a possibilidade de que as denúncias de Mendonça teriam conotações políticas, que favoreceriam o senador Pedro Taques (PDT), pré-candidato a governador que, em troca, lhe ofereceria “privilégios” na esfera federal.

“Eu acho que tem alguém muito influente assessorando e instruindo ele, proporcionando benefícios na Justiça e no Ministério Público Federal ao qual eu particularmente ouso falar que deve ser o Pedro Taques, porque ele tem influência até hoje no Ministério Público Federal. Todo mundo sabe disso. Isso não é novidade para ninguém. Fernando Mendonça foi patrocinador e coordenador da campanha dele. Fernando Mendonça é o braço direito do Piran [Valdir Piran], que tem acesso a ministros. Jayme Campos apoia quem?  Pedro Taques, acho que são interesses políticos e interesse de se safar é logico”, declarou Karina.

De acordo com Karina, estas ligações estariam claras, já que Júnior Mendonça etaria em São Paulo, sendo assessorado pelos advogados de Fernando Mendonça, que são amigos de Pedro Taques.

Questionada pelo RepórterMT com quem seriam as fortes ligações financeiras de Júnior Mendonça, Karina afirmou que o dinheiro de seu ex-marido vem de ligações do ex-bicheiro João Arcando Ribeiro, preso MS.

Ela também citou que Mendonça teria vários negócios com Valdir Piran, que também é dono de factoring e voltou a mencionar que, por diversas vezes, viu Mendonça receber envelopes timbrados com a logomarca da fazenda do senador Jayme Campos contendo altas quantias em dinheiro.

Esta semana, Jayme chegou a dizer na mídia que Karina é 'louca' e que iria processá-la. Sobre esse episódio, a mesma diz que enfrentou o senador sobre os fatos ocorridos no passado.

“Eu liguei para ele (Jayme) ontem e perguntei se ele está com mal de Alzheimer. Porque Jayme é uma pessoa que participa da minha vida desde que eu tenho 15 anos.  Ele falou que se eu continuasse a denegrir a imagem dele,  que é irrefutável, ele iria me processar sim. Falei: olha senador, eu sou obrigada a dizer a verdade. Então, o senhor vai ter que processar quem mandava os envelopes timbrados com a logomarca da sua fazenda para a  factoring do Júnior, o senhor vai processar o seu sobrinho Serginho Campos, que tinha negócio com o Júnior. O senhor vai processar o Rômulo, que é seu amigo pessoal e parece que tem até negócios juntos, e tem negócios com o Júnior. O senhor vai processar a empresa do seu ex-cunhado Jorge Pires, que também tem negócio com o Júnior”, disparou.

Sobre o impacto e até mesmo os riscos que suas acusações podem ter causar, Karina diz não temer e ainda destaca que Jayme e Taques seriam perigosos e calculistas.

“Eu julgo eles pessoas perigosas. Muito perigosas, altamente frias e calculistas. Mas se for chegada a minha hora eu estou pronta”, declarou.

Ao RepórterMT, Karina ainda revelou que não tem mais sido atendida pela Polícia Federal e questiona a forma como Júnior Mendonça vem sendo tratado e a imagem positiva que começou a ser criada em torno do nome dele.

“Eu acho que a Operação  teve uma conotação importante a nível estadual e municipal. Agora, eu não estou entendendo, e me desculpe porque não tenho acesso a todo o conteúdo,  mas Júnior está posando de herói, que ele nunca foi. Ele já era para estar preso há muito tempo. Crimes nas costas dele, a Polícia Federal já tem, com documentação suficiente para prendê-lo. Mesmo ele fazendo delação. Delação não garante que ele vá ficar solto,  garante que ele vai ter uma pena menor”, frisou.

Para Karina o fato de Júnior Mendonça continuar livre deixa claro que a Operação Ararath está longe de acabar. 

Sobre as relações que Júnior Mendonça manteria com os políticos presos e citados na quinta fase da Operação Ararath, a colunista afirma que não conhecimento, pois teria se separado do agiota no início de 2006, antes das movimentações financeiras citadas no inquérito ocorrerem.

O OUTRO LADO

Por meio de sua assessoria de imprensa o senador Pedro Taques (PDT) informou que não vai comentar sobre ilações de quem quer que seja e ressaltou que confia no trabalho da Polícia, do Ministério Público e da Justiça.