INARA FONSECA
O procurador de Justiça Luiz Alberto Scaloppe criticou o Edital da concessão dos serviços de água e esgoto da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap) lançado pela Prefeitura de Cuiabá. De acordo com o procurador, o documento foi feito e planejado sem um Plano de Saneamento Básico adequado para o município.
“Acho que esse Edital é algo equivocado. Não acredito que o Plano de Saneamento Básico que a Prefeitura alega ter feito seja adequado para Cuiabá. O Edital sempre será capenga enquanto não tratar do outro lado (referindo a Várzea Grande)”, afirmou Luiz Alberto Scaloppe.
O procurador pontuou também que as decisões relativas ao tratamento de água e esgoto de Cuiabá e Várzea Grande devem ser tomadas de forma conjunta, já que os problemas englobam toda região metropolitana. Um consórcio entre as cidades, no qual seria compartilhado equipamentos e trabalhadores, reduziria custos e maximizaria os recursos destinados para atendimento da população.
“Achar que uma empresa privada é Deus e irá resolver todos os problemas é uma falácia. Se você trata aqui e não trata em Várzea Grande o lençol do Rio Cuiabá continuará sendo contaminado. É preciso haver diálogo entre as cidades”, afirmou o procurador.
Após o prefeito de Cuiabá, Chico Galindo (PMDB), privatizar a Sanecap e anunciar a possibilidade do governo municipal “entregar” também o aterro sanitário para a iniciativa privada, o prefeito de Várzea Grande, Tião da Zaeli (PR), começou a cogitar realizar o mesmo procedimento com a Cidade Industrial.
“Não tem cabimento construir um aterro sanitário em cada cidade, não se faz mais isso”, criticou o procurador.
Com mais de mil páginas, o Edital da concessão da Sanecap foi lançado na última sexta-feira (04). Até o momento quatro empresas mostraram interesse pela concessão dos serviços.