DA REDAÇÃO
Uma organização criminosa que aplicou golpe de mais de R$ 2 milhões na compra de gado Nelore PO (puro de origem), com cheques sem fundos, foi desarticulada em investigações comandadas pela Polícia Civil de Nova Canaã (699 km ao Norte de Cuiabá).
A operação denominada "Stellionatus Pecus", realizada entre os dias 7 a 8 de dezembro, na cidade de Morrinhos, no Estado de Goiás, leva exatamente o nome do crime praticado pela quadrilha, que deu prejuízo efetivamente a quatro proprietários de fazendas dos municípios de Nova Canaã do Norte, Monte Verde, Carlinda e Colíder, todas elas no Estado de Mato Grosso.
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Eles denunciaram a venda do gado, sem recebimento do pagamento.
A investigação resultou na recuperação de 292 cabeças de gado furtadas pela quadrilha, das quais 192 foram apreendidas na operação e 100 confiscadas por decisão judicial da comarca de Nova Monte Verde.
Ao longo da investigação, foi descoberto que 202 cabeças de gado foram levadas para a cidade de Morrinho (GO) e compradas por J.I.C.F., 51, pelo valor de R$ 195 mil, à vista, que, posteriormente, fez a revenda a outros produtores locais.
"Todavia, não se descarta possível participação ou a má-fé de tais produtores", afirma o delegado de Nova Canaã do Norte, Ruy Guilherme Peral da Silva.
O fazendeiro foi preso em Goiânia, em cumprimento de mandado de prisão preventiva, acusado de integrar a organização criminosa que aplicou golpes em propriedades de várias cidades do Norte, Sul e Leste de Mato Grosso (Nova Canaã do Norte, Colíder, Nova Bandeirantes, Apiacás, Primavera do Leste e Barra do Garças).
O gado, 192 reses bovina, produto de furto em Mato Grosso, foi apreendido em Morrinhos (GO), por determinação da Justiça de Mato Grosso, que expediu mandado de apreensão e sequestro, visando o ressarcimento às vítimas identificadas na investigação.
Um funcionário da fazenda pertencente a J.I.C.F. foi autuado em flagrante na posse de uma espingarda calibre 32.
No município de Morrinhos foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, em propriedades rurais.
O fazendeiro negou a participação nos crimes. Mas o delegado Ruy Guilherme acredita que "há, sim, fortes indícios de sua participação ante os elementos de informação já colhidos".
A ação teve apoio operacional do Grupo Armado de Resposta Rápidas (Garra) de Alta Floresta (803 km ao Norte), Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e Polícia Civil do município de Morrinhos, em Goiás.
Investigação
Grande parte das investigações iniciadas em novembro passado foi realizada na cidade de Nova Canaã do Norte, sendo conduzidas pelo delegado, Ruy Guilherme Peral da Silva, com apoio do escrivão, Kleber Lauro Vani de Oliveira, e do investigador Edivan Martins da Silva.
O delegado explicou, que os suspeitos foragidos: Rodrigo Agostinho França, João Rosado Filho e Marcos Paulo Mariano da Silva, montaram uma estória cobertura no sentido de haviam vendido uma fazenda em Santa Catarina e se mudaram para o Mato Grosso, onde compraram uma fazenda na cidade de Nova Monte Verde. "Houve a realização de contrato inclusive, mas o pagamento foi feito mediante cheque sem provisão de fundos", disse.
Conforme o delegado, as investigações ainda não foram concluídas e outros mandados poderão ser cumpridos nos próximos dias.