APARECIDO CARMO
JOÃO AGUIAR
A Polícia Civil divulgou nesta segunda-feira (09) novas imagens do ataque a uma agência da transportadora de valores Brinks e base da Polícia Militar, na cidade de Confresa (1.169 km de Cuiabá). Os vídeos mostram o momento em que os criminosos invadem a cidade e, atirando para cima, aterrorizaram os moradores, agindo na modalidade "domínio de cidades", com extrema violência.
Em um dos vídeos, é possível ver reféns sendo rendidos e tirados de dentro dos carros; em outro, um caminhão do Corpo de Bombeiros é "metralhado" pelos criminosos. Segundo os investigadores da Polícia Civil, os bandidos eram dos estados de São Paulo e do Maranhão e eram ligados à facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
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Conforme os investigadores, a cidade foi escolhida por estar distante da capital Cuiabá, retardando o tempo de resposta das forças de segurança do Estado.
“Uma violência instrumental e performática empregada nessa ação que questiona uma capacidade das instituições de garantir a segurança pública do município alvejado. É aquela invasão por criminosos fortemente armados de um município que impede uma reação instantânea ou por determinado período do poder estatal. Realmente eles inviabilizam qualquer resposta estatal, pelo menos momentânea, obviamente, enquanto eles estiverem sitiando aquela cidade”, disse o delegado Gustavo Belão.
A prática criminosa difere do chamado “Novo Cangaço”, por ser melhor organizada, com cada criminoso sabendo exatamente o que fazer e com posições delimitadas, além das armas de grosso calibre e terror por toda a cidade atacada.
“A gente vê, por exemplo, o conhecimento que eles tinham do ambiente operacional. Os senhores podem ver os veículos dos criminosos estrategicamente posicionados. Os senhores poderão perceber que os criminosos, em nenhum momento, deixam os seus postos. Realmente estavam treinados e conhecedores das suas funções”, acrescentou.
“Então, a gente vê realmente uma ação articulada, preparada desse grupo criminoso, uma evolução mesmo do novo cangaço. Essa ação é praticamente idêntica, assegurada as suas devidas proporções naquela atuação que tivemos em Araçatuba, em agosto de 2021, claro que lá a quantidade de explosivos que foram empregados foi muito maior, eram duas agências bancárias atacadas, o número de criminosos era maior”, disse, ainda, Gustavo Belão.
A ação, deflagrada pelos criminosos em 9 de abril, Domingo de Páscoa, foi frustrada pelo sistema de segurança da agência. Após a explosão para invadir a Brinks, uma "nuvem" de enxofre tomou conta do local e o bando teve que fugir sem levar nada.
Policiais de cinco estados se uniram na caçada aos bandidos numa megaoperação policial que partiu do norte de Mato Grosso até o estado de Tocantins. A caçada durou 40 dias e 18 bandidos foram mortos.
Veja os vídeos: