DO REPÓRTER MT
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) pediu à Justiça o retorno do inquérito à Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) que investiga os crimes de maus-tratos a animais praticados por Larissa Karolina Silva Moreira e William Angonese.
Segundo o MP, ainda não há elementos suficientes para a completa elucidação dos fatos.
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"Conforme já relatado nos autos, foram apreendidos aparelhos celulares dos investigados, cujo conteúdo pode conter elementos probatórios relevantes à investigação, especialmente quanto à possível prática de zoofilia, à identificação de outras vítimas e à existência de novos animais em situação de risco", justifica o MP no pedido, assinado pelo promotor Joelson de Campos Maciel.
O documento também reforça que a quebra de sigilo de dados dos investigados já foi autorizada judicialmente em processo anterior. A promotoria destaca, ainda, que a medida pode ajudar a esclarecer pontos como: indícios de crime de zoofilia, existência de outros casos de maus-tratos, contradições nos depoimentos dos suspeitos e a comprovação da materialidade dos crimes por meio de fotos, vídeos e mensagens.
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O MP pediu a devolução dos autos à Dema até a conclusão da perícia dos celulares e adoção de novas providências investigativas. O órgão também reforçou que o pedido, feito com base no artigo 16 do Código de Processo Penal, tem como objetivo garantir a apuração completa dos fatos e a responsabilização dos envolvidos.
“A medida ora pleiteada visa assegurar a completa apuração dos fatos, em observância ao princípio da verdade real e ao interesse público na responsabilização de eventuais autores de crimes ambientais de extrema gravidade”, justificou o MP no documento encaminhado ao juiz responsável pelo caso.
Ainda não há prazo definido para a conclusão da análise dos dados extraídos dos celulares, nem informações oficiais sobre o conteúdo encontrado até o momento.
O caso
No dia 13 de junho, protetores de animais denunciaram Larissa Karolina, pois ela e o namorado dela não estavam cumprindo o acordo de manter as OGNs atualizadas sobre a situação de gatos que foram adotados por eles. Por conta disso, a representante da Tampatinhas procurou a polícia e uma equipe da Dema foi até à casa dela, no bairro Porto.
Lá, a polícia constatou que um gato adotado havia sido morto e descartado no terreno baldio. Durante as diligências, outros animais foram encontrados sem vida no local.
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Na casa de Larissa foram encontrados ainda um filhote de cachorro, várias rações para gato e nenhum felino. Um lençol sujo de sangue também foi encontrado.
A perícia agora trabalha para identificar se os gatos foram vítimas de zoofilia.
Larissa foi presa em flagrante e, após audiência de custódia, teve a prisão convertida em preventiva. O namorado dela foi liberado, pois colaborou com a polícia.