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Cuiabá, 15 de Setembro de 2025
15 de Setembro de 2025

15 de Setembro de 2025, 17h:52 - A | A

POLÍCIA / INDENIZAÇÃO DE R$ 10 MILHÕES

MP denuncia influencer Hytalo Santos e marido por exploração sexual de crianças

Acusações de adultização e exploração sexual ganharam repercussão nacional após a divulgação de um vídeo do youtuber Felca.

DO UOL



O Ministério Público da Paraíba denunciou hoje o influenciador Hytalo Santos e o marido dele, Israel Vicente, por exploração sexual infantojuvenil e outros dois crimes. O órgão disse que a investigação apontou que a dupla agia com "modus operandi estruturado e premeditado, voltado à exploração sexual de crianças e adolescentes".

O que aconteceu
Casal foi denunciado por três crimes. Sendo eles: tráfico de pessoas por agenciar e aliciar adolescentes e suas famílias; produção de material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes; e favorecimento da prostituição ou exploração sexual de vulnerável.

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O MP-PB disse que a dupla oferecia "promessas ilusórias" aos jovens e famílias. Isso ocorria para controlar a liberdade e vida íntima das vítimas, visando a exploração sexual delas. Também apontou que a produção do conteúdo almejava a monetização e aumento do engajamento digital, além do incentivo à prática de atos sexuais —incluindo a exposição de adolescentes em locais voltados à exploração sexual.

Órgão indicou que Hytalo e Israel usavam "artifícios de fraudes" para atrair vítimas em situação de vulnerabilidade. Entre eles estavam o uso de promessas de fama e vantagens materiais. A investigação é realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MP-PB.

As investigações demonstraram ainda que os acusados buscavam alterar a aparência física das vítimas, submetendo-as a procedimentos estéticos e tatuagens de caráter sexualizado, além de exercerem rígido controle sobre suas rotinas e meios de comunicação.

Ministério Público, em nota

MP-PB também pediu que o casal pague indenização de R$ 10 milhões por danos morais coletivos. O órgão argumenta que o valor é necessário devido à violação de direitos fundamentais de crianças e adolescentes e da ofensa à dignidade humana.

Denúncia foi apresentada à 2ª Vara Mista de Bayeux, que decidirá se torna o casal réu pelos crimes. "O Ministério Público reitera que a responsabilização penal é essencial para o enfrentamento de crimes que se utilizam da tecnologia e das redes sociais como instrumentos de exploração de vulneráveis, reafirmando seu compromisso intransigente com a proteção integral da infância e juventude."

A reportagem tenta contato com a defesa do casal. O texto será atualizado tão logo haja manifestação.

Relembre o caso

Casal foi preso em uma mansão em Carapicuíba, na Grande São Paulo, no dia 15 de agosto após uma operação da Polícia Civil. Eles foram presos preventivamente (por tempo indeterminado) e levados à Cadeia Pública de Carapicuíba e, em seguida, ao CDP de Pinheiros, na capital paulista.

Dupla foi transferida para a Paraíba no dia 28 de agosto e segue detida no Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, em João Pessoa, desde então. O caso está sob segredo de justiça.

Acusações ganharam repercussão nacional após a divulgação de um vídeo de 50 minutos do youtuber Felca. Na gravação, ele apontou a atuação de Hytalo e outros influenciadores na adultização de adolescentes em conteúdos para as redes sociais.

Defesa do casal já tinha pedido que eles cumprissem pena em São Paulo. Em audiência de custódia, o defensor Ricardo Mamoru Ueno justificou que Hytalo e Israel têm família no estado e que manter a prisão na capital os deixaria mais perto dos parentes, mas o pedido foi negado pela Justiça.

Advogados negaram que Hytalo tivesse a intenção de fugir quando viajou a São Paulo. A defesa alegou ao UOL que o influenciador viajou para São Paulo antes de o "caso estourar" e disse que a prisão foi ordenada "em tempo recorde" após as denúncias feitas pelo youtuber Felipe Bressanim, conhecido como Felca.

Defesa também disse que continuará recorrendo na Justiça da Paraíba. A informação foi passada ao UOL pelo advogado Felipe Cassimiro quando a liberdade ao casal foi negada pelo STJ.

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