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Cuiabá, 26 de Julho de 2025
26 de Julho de 2025

25 de Julho de 2025, 14h:33 - A | A

POLÍCIA / CASO RENATO NERY

Ministério Público pede que PM e caseiro enfrentem júri popular por assassinato de advogado

Após audiência de instrução e julgamento, promotor mostrou detalhes da atuação dos criminosos.

VANESSA MORENO
DO REPÓRTERMT



O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) pediu à Justiça que o policial militar Heron Teixeira Pena Vieira e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva, réus pelo assassinato do advogado Renato Nery, sejam submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri. Eles passaram por uma audiência de instrução e julgamento na última quarta-feira (23) e tiveram as prisões mantidas.

Após a audiência, o promotor de Justiça Rinaldo Segundo, protocolou as alegações finais do MP, onde detalhou o ocorrido, reafirmou as denúncias e concluiu que o conjunto de provas contra os réus é suficiente para que eles sejam julgados pelo júri popular.

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“Ante o exposto, com fundamento nos requisitos previstos no caput do artigo 413 do Código de Processo Penal, o Ministério Público requer a pronúncia dos réus Alex Roberto De Queiroz Silva e Heron Teixeira Pena Vieira, nos exatos termos da denúncia, para que sejam, oportunamente, submetidos a julgamento perante o Egrégio Tribunal do Júri desta Comarca”, disse o promotor.

O crime aconteceu no dia 5 de julho do ano passado, em Cuiabá.

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De acordo com o documento, Alex Roberto atuou no assassinato de Renato Nery como executor, enquanto Heron desempenhou o papel de "coordenador operacional", no contexto de uma organização criminosa, sendo ele o responsável por contratar “indiretamente” Alex para matar o advogado.

Alex confessou que atirou em Renato Nery. Além disso, câmeras de segurança registraram o momento em que ele se aproximou da vítima, usando uma moto vermelha, em frente ao escritório de advocacia dele, na avenida Fernando Correa. O advogado foi atacado com sete tiros, todos direcionados à cabeça, de uma pistola Glock G17, adaptada para tiros em rajada.

Nery chegou a ser socorrido e submetido à cirurgia em um hospital particular da capital, mas não resistiu e morreu na madrugada do dia seguinte.

Já quanto ao réu Heron Teixeira, além de provas que demonstram a participação dele como intermediário essencial na execução do crime, ele também é réu confesso. Foi ele quem ajudou a providenciar a Glock G17 por meio de contatos do Batalhão da Rotam, onde atuava. O PM também arrendou e disponibilizou uma chácara no bairro Capão Grande, em Várzea Grande, para servir como local de treinamento de tiros para Alex e, posteriormente, como esconderijo.

Além das confissões e provas que foram produzidas contra eles durante um ano de investigação da Polícia Civil de Mato Grosso, depoimentos de testemunhas confirmaram a participação de Alex Roberto e de Heron Teixeira no assassinato.

Ainda conforme apontado pelo MP, o crime envolveu uma rede de corrupção policial, que tinha o PM Jackson Pereira Barbosa como cabeça.

Heron e Alex foram denunciados pelo MP por homicídio qualificado, com as agravantes de promessa de recompensa, perigo comum, dificuldade de defesa da vítima e idade avançada da vítima, além de fraude processual, pelas tentativas de ocultar provas e dificultar as investigações, e organização criminosa. O PM também foi acusado de abuso de autoridade, por uso indevido do poder.

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Organização criminosa

Conforme já informado pelo Repórter MT, o assassinato de Renato Nery foi encomendado pelo casal de empresários Julinere Goulart Bentos e Cesar Jorge Sechi, de Primavera do Leste, que prometeram o pagamento de R$200 mil reais aos executores, valor que não foi pago integralmente. 

Tudo começou após eles perderem uma ação judicial para o advogado, referente à disputa de uma terra de mais de 12 mil hectares, localizada no município de Novo São Joaquim.

Inconformados com o resultado, Julinere articulou os contatos necessários para viabilizar a execução. Já César, exerceu papel fundamental na viabilização do dinheiro.

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O primeiro contato articulado por Julinere foi o policial Jackson Pereira, que contatou Heron alegando, inicialmente, que o mandante do crime era o próprio sogro. Depois ele revelou que os verdadeiros mandantes era o casal de empresários.

Outro policial militar, Ícaro Nathan Santos Ferreira, da inteligência da Rotam, também participou do crime como intermediário secundário, foi ele quem pegou a pistola no batalhão e emprestou a Heron. Ele também foi responsável por repassar parte do pagamento aos executores.

Uma semana após o crime, outros quatro policiais aparecem na trama criminosa. Jorge Rodrigo Martins, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Leandro Cardoso forjaram um confronto para dar fim na arma usada para matar Renato Nery.

No falso confronto, um jovem morreu e outros dois ficaram feridos.

Após as investigações, ele chegaram a ser presos, mas foram soltos e submetidos ao uso de tornozeleira eletrônica.

Os quatro foram afastados do quadro da Polícia Militar.

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