FERNANDA ESCOUTO
REPÓRTERMT
A Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), por unanimidade, negou o pedido de habeas corpus para o policial militar Leonardo Qualio, preso em março, na Operação Gravatas, acusado de integrar uma organização que prestava auxílio à facção Comando Vermelho. Além do militar, quatro advogados faziam parte do bando.
O papel de Leonardo Qualio seria repassar às lideranças da organização informações relacionadas às operações policiais contra o tráfico de drogas, bem como os boletins de ocorrência registrados, o que possibilitaria que a facção acompanhasse de perto as ocorrências envolvendo seus “associados”, inclusive para punir eventuais delações ou colaborações.
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No pedido, a defesa alegou que não existem elementos que demonstrem prática criminosa de seu cliente, bem como a extemporaneidade da prisão. Também citaram a ausência dos requisitos autorizadores da prisão preventiva, assim como o cabimento de medidas cautelares diversas da prisão, como o uso de tornozeleira eletrônica.
Em seu voto, o relator, desembargador Hélio Nishiyama pontuou que as investigações demonstraram que o policial repassava informações importantes para a organização criminosa, trazendo “graves prejuízos” para as testemunhas e vítimas, assim como para os agentes da segurança pública.
Também defendeu que não existiu lapso temporal excessivo entre os crimes investigados pela autoridade policial e o momento da decretação da prisão, mesmo porque havia uma investigação em andamento.
Nesta terça-feira (30), foi divulgado que a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público contra os outros quatro alvos da Operação Gravatas, os advogados Roberto Luís de Oliveira, apontado como líder do braço jurídico da facção; Hingritty Borges Mingotti, a advogada presa com R$ 100 mil em uma casa de Cuiabá, está vinculada a 132 processos; Jéssica Daiane Maróstica tem 59 processos vinculados ao seu nome; e Tallis de Lara Evangelista aparece com 18 processos vinculados ao seu nome.
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