EDUARDA FERNANDES
DO REPÓRTER MT
O juiz Luís Augusto Veras Gadelha, da 5ª Vara Criminal de Várzea Grande, converteu em preventiva a prisão de Ricardo Batista Ambrózio, 44 anos, vice-líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e apontado como braço direito de “Marcola”, principal liderança do grupo no país. A decisão foi assinada nessa sexta-feira (4), em audiência de custódia. O magistrado classificou o criminoso como “de altíssima periculosidade”.
Preso em flagrante na quinta-feira (3), em um supermercado de Várzea Grande, após 12 anos foragido, Ricardo foi enquadrado por uso de documento falso e posse de arma de fogo com numeração raspada.
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"Há, sem dúvida, prova da existência dos crimes e indícios suficientes da autoria imputada ao indiciado e consta nos autos que se trata de integrante do PCC de altíssima periculosidade, inclusive com mandado de prisão em aberto por condenação a mais de 16 (dezesseis) anos de prisão", disse o juiz na audiência de custódia. Esse mandado de prisão foi expedido pela 1ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo (SP), pelos crimes de associação criminosa e associação para o tráfico de drogas.
Conforme a decisão, Ricardo já foi condenado, estava foragido do sistema penal e voltou a delinquir, o que demonstra, nas palavras do magistrado, a “ineficácia da aplicação de outras medidas cautelares para refrear o seu ímpeto criminoso”. O juiz também afirmou que, pela habitualidade no cometimento de crimes, a prisão é a única forma de proteger a sociedade.
Apontado pelo Gaeco de São Paulo como "sintonia final da rua", função de comando máximo do PCC fora dos presídios, Ricardo atuava em Mato Grosso sob identidade falsa. Conhecido como "Kaiak", "Kaike" ou "Perfume", Ricardo era o braço-direito Willians Herbas Camacho, o "Marcola", liderança nº1 do PCC no país. A Polícia Civil chegou até ele após um cruzamento de informações entre a Delegacia de Estelionato de Cuiabá e a Politec, que detectou irregularidades na documentação apresentada pela esposa dele para tirar a segunda via dos documentos dos filhos.
Na casa do criminoso, no bairro Costa Verde, em Várzea Grande, a polícia apreendeu uma pistola com numeração raspada, três carros e vários celulares. A mulher dele, Elaine Pereira Prado, de 32 anos, também foi presa em flagrante por uso de documentos falsos. Conforme apuração da polícia, toda a família usava identidades falsas, incluindo os dois filhos, de 12 e 15 anos.
Apesar disso, a Justiça também concedeu liberdade provisória a Elaine mediante medidas cautelares. Ela deverá cumprir restrições como não deixar a cidade, não portar armas, comparecer a todos os atos do processo e não se envolver em novos crimes.
“A prisão cautelar visa prevenir a reprodução de fatos criminosos e acautelar o meio social, retirando do convívio da comunidade o indivíduo que demonstra ser dotado de periculosidade”, pontuou o juiz na decisão que manteve o faccionado preso.