DA REDAÇÂO
Será finalizado nesta segunda-feira (21) o inquérito da operação "Liberdade de Extorsão", que levou à prisão cinco jornalistas do grupo Milas Comunicação e um auditor fiscal da Prefeitura de Cuiabá, acusados de extorsão e coação de empresários e políticos. As prisões dos suspeitos foram efetuadas no dia 12 de março, na operação coordenada pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz).
Nesta semana, o delegado Anderson Veiga realizou o interrogatório dos presos na operação, e analisa as provas técnicas que podem comprovar a atuação dos suspeitos - os jornalistas Antônio Carlos Milas de Oliveira (dono do jornal Centro Oeste Popular), seus filhos Max Feitosa Milas (dono do Notícia Max) e Maycon Feitosa Milas, além de Antônio Peres Pacheco e Naedson Martins da Sila (editor chefe do Brasil Notícias, com sede em Brasília) - envolvidos na coação e extorsão de pessoas, em especial agentes políticos importantes e empresários com contratos no poder público.
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As investigações da Defaz apontam que os suspeitos coagiam as vítimas, que eram obrigadas a pagar quantias vultuosas, entre R$ 100 a R$ 300 mil, para não terem informações divulgadas nos veículos sobre supostas irregularidades em contratos administrativos, corrupção ativa e passiva, entre outras negociatas. O grupo vinha agindo há vários anos e o valor cobrado era variável, dependendo da capacidade econômica de cada vítima.
De acordo com o delegado Anderson Veiga, ficou constatado que os jornalistas acessavam de dentro das suas empresas, dados sigilosos da base do ISS (Imposto Sobre Serviço) da Prefeitura de Cuiabá, utilizando login e senha de servidores públicos. O auditor fiscal Walmir Correa, supostamente, vazava informações sigilosas da Prefeitura para a prática de extorsão.
Após deflagrada a operação, mais quatro vítimas procuram a Defaz para denunciar os jornalistas presos na ação. “As novas vítimas relataram ter sofrido o mesmo tipo de conduta por parte dos suspeitos”, disse o delegado.
Na quinta-feira (17), o prazo da prisão temporária, de 5 dias, do jornalista Antônio Peres Pacheco e do auditor fiscal Walmir Correa foi concluído e ambos foram liberados. O delegado Anderson Veiga afirma que a possibilidade de outras prisões não é descartada. “O inquérito policial será concluído na segunda-feira (21), podendo ser pedida outras prisões”, finalizou.