DIOGO TADEU ALVES CORRÊA
O lipedema é uma condição crônica, pouco reconhecida, que afeta principalmente mulheres e está frequentemente associada ao acúmulo anormal e doloroso de gordura, especialmente nas pernas, quadris e, em alguns casos, nos braços. Por vezes confundido com obesidade ou linfedema, o lipedema tem características próprias e exige uma abordagem multidisciplinar para seu manejo eficaz. Nesse cenário, a alimentação e os exercícios físicos se destacam como pilares fundamentais para o controle dos sintomas e melhora da qualidade de vida.O lipedema é uma condição crônica, pouco reconhecida, que afeta principalmente mulheres e está frequentemente associada ao acúmulo anormal e doloroso de gordura, especialmente nas pernas, quadris e, em alguns casos, nos braços. Por vezes confundido com obesidade ou linfedema, o lipedema tem características próprias e exige uma abordagem multidisciplinar para seu manejo eficaz. Nesse cenário, a alimentação e os exercícios físicos se destacam como pilares fundamentais para o controle dos sintomas e melhora da qualidade de vida.
O Que é o Lipedema?
O lipedema é uma doença crônica do tecido adiposo, com forte componente inflamatório, de origem ainda não totalmente esclarecida. Estima-se que fatores hormonais e genéticos estejam envolvidos, já que muitos casos aparecem ou pioram em fases de alteração hormonal, como puberdade, gravidez e menopausa.
Os sintomas incluem:
• Acúmulo de gordura desproporcional nas pernas e braços (poupando mãos e pés);• Sensibilidade e dor ao toque;• Formação fácil de hematomas;• Sensação de peso e cansaço nos membros;• Dificuldade de emagrecer nessas áreas, mesmo com dieta e exercícios.• Alimentação: Aliada Fundamental no Controle da Inflamação
Embora o lipedema não seja causado por má alimentação, a dieta pode agravar ou aliviar seus sintomas. Uma alimentação anti-inflamatória é uma das principais estratégias não farmacológicas para controle da dor, retenção de líquidos e inflamação.
Recomendações alimentares:
Prefira alimentos anti-inflamatórios: frutas vermelhas, vegetais verdes escuros, cúrcuma, azeite de oliva, sementes, peixes ricos em ômega-3 (como salmão e sardinha).
Evite alimentos pró-inflamatórios: ultraprocessados, embutidos, açúcar refinado, farinhas brancas, bebidas alcoólicas e refrigerantes.
Hidratação constante: a ingestão adequada de água ajuda na drenagem linfática e na redução do inchaço.
Moderação na cafeína: o excesso pode piorar a retenção de líquidos em algumas pacientes sensíveis.
Exercícios: Movimento Como Terapia
Embora muitas mulheres com lipedema relatem dor ao se exercitarem, a atividade física correta é essencial para estimular a circulação, melhorar o retorno linfático e controlar o ganho de peso corporal — sem agravar o quadro.
Exercícios recomendados:
• Caminhadas leves e regulares• Natação e hidroginástica• Treinamentos de força com baixo impacto• Pilates e yoga para consciência corporal e drenagem natural
Evite exercícios de alto impacto e sobrecarga excessiva nas articulações, pois eles podem aumentar a dor e inflamação.
O uso de meias de compressão graduada durante os treinos pode melhorar a circulação e aliviar o desconforto durante a prática.
Abordagem Integrativa: Corpo e Mente em Equilíbrio
Além de alimentação e exercícios, o manejo do lipedema deve considerar aspectos emocionais e psicológicos. Muitas pacientes enfrentam frustração com o diagnóstico tardio e impacto na autoestima. Por isso, o suporte psicológico, a educação sobre a doença e o acompanhamento com equipe multiprofissional (nutricionista, fisioterapeuta, angiologista e educador físico) são essenciais.
O lipedema é uma condição real, dolorosa e frequentemente negligenciada. A boa notícia é que mudanças no estilo de vida — especialmente com foco em uma alimentação anti-inflamatória e exercícios físicos adequados — podem melhorar significativamente os sintomas e devolver às mulheres autonomia, bem-estar e qualidade de vida.
Diogo Tadeu Alves Corrêa é médico e atua na clínica Tez.