Índios estavam com caminhonetes roubadas de concessionária de Cuiabá

Reprodução

Os carros foram roubados há cinco meses e foram pagos em dinheiro vivo pelos índios

DA REDAÇÃO

A Polícia Civil divulgou que as três caminhonetes Hilux apreendidas em poder dos índios Enawenê, de Juína (700 km de Cuiabá), são as mesmas que há cinco meses foram furtadas, quando ainda eram zero quilômetro, do pátio da concessionária Via Láctea, revendedora da marca Toyota, localizada na Av. Fernando Côrrea da Costa, em Cuiabá.

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A Polícia Civil acredita que os índios que mataram com tiros e pauladas os jovens, Genes Moreira dos Santos Júnior, de 24 anos e Marciano Cardoso Mendes, de 25 anos, por supostamente se recusarem a pagar pedágio em um trecho da BR – 174, ainda estariam em posse da quarta Hilux, furtada. No entanto, somente a Polícia Federal pode realizar diligências na respectiva comunidade.

Para Polícia Civil os índios já adquiriram os veículos sabendo que eram ilícitos. Segundo as investigações, tudo indica que haja vários veículos roubados no interior da comunidade Indígena dos Enawenê.

OPERAÇÃO VIA LÁCTEA

Nesta quarta-feira (16) policiais civis da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos (Derrfva), deflagraram a operação ‘Via Láctea’ que resultou na prisão de Rhafael Jesus Caldas, 23, Eduardo da Silva Pinheiro, Valmir Souza de Oliveira, Antônio Aureliano de Oliveira Júnior, Michael Douglas Gomes de Carlo, de 20 anos. Os cinco são acusados de integrarem a quadrilha que furtou as caminhonetes e depois revendeu os veículos aos índios, cladestinamente. Há informação que os indígenas teriam comprado os carros com dinheiro em espécie.

O delegado, Marcelo Martins Torhacs, ressaltou que não é o primeiro caso em que os índios Enawenê de Juína, figuram como fortes receptadores de veículos, notadamente caminhonetes furtadas na capital e outros municípios.

REVENDA CRIMINOSA

De acordo com a Polícia Civil, após os carros serem furtados do pátio da concessionária os bandidos entregavam os veículos na região do bairro Porto, na capital, para  Valmir e Antônio, que seriam os receptores de veículos da região da ‘Pedra’.

A investigação da Derrfva aponta que os “corretores” de veículos realizaram o emplacamento e documentação fraudulentos das caminhonetes e depois revenderam aos índios.

A AÇÃO CRIMINOSA

As investigações apontaram que dois ex-funcionários, Rhafael e Michael, da Via Láctea articularam os crimes. 'Estranhamente', Michael assim que tomou conhecimento da investigação policial, pediu demissão repentina e mudou-se para Goiânia, onde foi preso. 

Segundo Torhacs,  os dois ex-funcionários foram os responsáveis por facilitar a ação criminosa que culminou na subtração das quatro caminhonetes zero km da concessionária da Toyota.   “Michael já havia previamente articulado com os demais suspeitos o crime. Ele separou as chaves das caminhonetes e entregou para Eduardo da Silva Pinheiro, autor do furto”, explicou o delegado.

Com a chave dos veículos, Eduardo ia até a concessionária, e clandestinamente, se passando por “cliente” ou “instalador de rastreador”, acessava o pátio interno, onde estava a caminhonete que seria furtada, já previamente indicada por Michael. Enquanto isso, Rhafael fazia a vigilância, sendo responsável por alertar Eduardo e Michael, caso alguém se aproximasse.