THIAGO NOVAES
DO REPÓRTERMT
A pistola utilizada para assassinar o advogado Renato Nery, 72 anos, foi classificada pelo delegado Caio Albuquerque, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), como uma arma rara, pois possui um equipamento que a transforma em uma espécie de metralhadora.
"É uma pistola Glock com um seletor de tiros, um dispositivo acoplado na arma para que ao invés dela fazer disparos um a um como são via regra as pistolas, ela vira como se fosse uma metralhadora. Você aciona o gatilho uma vez e todos os projéteis, todas as munições são deflagrados.”, afirmou durante coletiva de imprensa realizada na segunda-feira (12)
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O delegado reforçou que essa é a primeira vez que encontrou esse tipo de armamento. “Essa arma não é uma arma de localização fácil nas ocorrências. Isso eu falo com propriedade, porque eu estou há mais de 5 anos na Homicídios aqui e eu nunca encontrei um armamento nesse sentido, dessa forma. Eu nunca fui a uma ocorrência onde encontrei uma pistola glock com esse equipamento”, disse.
Albuquerque também relatou que devido à raridade e ao preço do armamento utilizado na execução, a versão do policial militar Heron Teixeira Pena Vieira de que a arma foi comprada por Alex Roberto de Queiroz, apontado como executor, e depois revendida é “totalmente falaciosa”.
O crime
No dia 05 de julho de 2024, Renato Nery, 72 anos, foi atingido por disparos de arma de fogo, na frente de seu escritório, na capital. A vítima foi socorrida e submetida a uma cirurgia em um hospital privado de Cuiabá, mas morreu horas depois do procedimento médico. A motivação do crime foi uma disputa de terras.
Desde então, a DHPP começou a investigar o crime e realizou diversas diligências para solucionar o caso e chegar até os mandates. Na sexta-feira (09) Alex e Heron foram indiciados pelo crime de homicídio qualificado. E na outra semana foram denunciados pelo Ministério Público.
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O casal de empresários Cesar Jorge Sechi e Julinere Goulart Bastos, moradores de Primavera do Leste, apontados como mandantes do crime, também foram presos.
Outros envolvidos
A Polícia Civil indiciou também outros quatro policiais militares envolvidos indiretamente na morte do advogado. São eles: Leandro Cardoso, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Jorge Rodrigo Martins.
Segundo as investigações, eles teriam armado um suposto confronto entre criminosos e a Polícia Militar para esconder a arma utilizada no assassinato de Renato Nery. A suposta ocorrência foi registrada sete dias após o crime.
No confronto armado uma pessoa morreu e duas ficaram feridas. Diante disso, os quatro foram indiciados por homicídio qualificado, tentativa de homicídio, porte ilegal de arma de fogo e fraude processual.
Outro policial militar, identificado como Ícaro Nathan Santos Ferreira, também está preso por envolvimento no caso Renato Nery.
Ao todo, nove pessoas estão presas. A Polícia Civil investiga ainda a participação de outras pessoas no crime.
Veja vídeo: