'Às vezes um caminhão passa por cima de seus filhos', teria dito coronel

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Williams Mischur foi preso na segunda fase da Operação Sodoma, mas foi solto ao colaborar com a investigação.

CELLY SILVA
DA REDAÇÃO

Em declaração à Polícia Judiciária Civil, o empresário Williams Paulo Mischur, dono da Consignum, afirmou que foi ameaçado pelo ex-secretário adjunto de Estado de Administração, o coronel da Polícia Militar José De Jesus Nunes Cordeiro. “Nunca se sabe, às vezes um caminhão passa por cima de seus filhos, acidentes acontecem”, teria dito o militar ao exigir propina mensal de R$ 30 mil, conforme aponta parte do depoimento que 'vazou' na imprensa.

Williams disse que teria se recusado a pagar a propina porque já pagava R$ 500 mil mensais ao ex-secretário César Roberto Zílio, que agora é apontado como o possível novo delator dos crimes financeiros contra os cofres públicos. O coronel Cordeiro alegou que Zílio não "reconhecia seu trabalho" e não lhe repassava a parte da propina que lhe caberia.

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O empresário disse à Polícia Civil que estava em sua casa quando foi procurado pelo coronel. Temendo as ameaças feitas à sua família, ele afirmou que mandou blindar os carros que transportavam seus filhos para irem à escola.

Assim como ele, Williams Mischur disse ter certeza de que outros empresários teriam sido vítimas de extorsão e ameaça por parte não só de Cordeiro, como também de outros ex-secretários da gestão de Silval Barbosa (PMDB). Segundo ele, os gestores eram membros de uma verdadeira organização criminosa que tinha o objetivo de garantir benefícios pessoas às custas dos empresários mato-grossenses.

O coronel Cordeiro, que já havia sido preso pela Operação Seven, desencadeada pelo Gaeco, no dia 1º de fevereiro, teve novo mandado de prisãocontra ele, dessa vez expedido pela 3ª fase da Operação Sodoma. Nesta quarta-feira (23) ele se entregou e está preso na sede do Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia).

Williams chegou a ser preso preventivamente, no dia 11 de março, pela 2ª fase da Operação Sodoma. Contra ele foram apontadas suspeitas em transações financeiras com o governo do Estado, na gestão de Silval Barbosa (PMDB), assim como com vários membros daquela gestão.

O empresário foi liberado no dia 15 de março, após prestar os depoiemntos necessários à Polícia Civil.

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