RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO
O ano de 2019 trouxe reviravoltas na vida de João Arcanjo Ribeiro, o bicheiro que ficou conhecido em Mato Grosso, como "comendador" foi preso novamente, acusado de chefiar um grupo para o Jogo do Bicho, durante a Operação Mantus, deflagrada pela Polícia Civil, no dia 29 de maio.
Apesar da prisão, a defesa de Arcanjo conseguiu reverter a detenção por prisão domiciliar e, no final do ano, ainda conseguiu liberação para que o réu comemore 16 dias das festividades de final de ano entre a sua fazenda, em Várzea Grande e na mansão, no bairro Boa Esperança, em Cuiabá.
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Arcanjo, seu genro Giovanni Zem Rodrigues foram apontados como líderes de um grupo de jogo do bicho e tinham como concorrente Frederico Müller Coutinho. Conforme as investigações, as duas organizações movimentaram, em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões.
Das 63 ordens judiciais, 33 eram mandados de prisão. Imóveis e veículos foram sequestrados pela Polícia Civil. Além dos imóveis, grande quantidade em dinheiro foi apreendida. Só na casa de Arcanjo, a Polícia Civil encontrou uma mala com mais de R$ 200 mil em dinheiro, no dia do cumprimento dos mandados.
Solturas
A primeira liderança apontada pela polícia a ser solta foi Giovanni Zen Rodrigues. Ele teve a liberdade concedida pela Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado (TJMT) no dia 7 de agosto – após 70 dias preso.
Uma semana após a primeira soltura, a Câmara Criminal do TJ também mandou soltar o rival de Arcanjo, Frederico Müller Coutinho – 77 dias preso.
João Arcanjo Ribeiro foi o último acusado de participar do esquema a ser liberado pela Justiça. Ele, porém, teve o recurso acatado pela Segunda Câmara Criminal do TJ no dia 25 de setembro – após 4 meses de prisão.
Solto no fim de ano
Apesar da prisão e da nova acusação de liderar novamente o Jogo do Bicho em Mato Grosso, Arcanjo conseguiu liberação da Justiça para comemorar as festividades de final e ano com a família em sai fazenda localizada em Várzea Grande (Fazenda São João).
A decisão, do juiz da Vara de Execuções Penais Geraldo Fidélis, autoriza Arcanjo a ficar 16 dias entre a fazenda e sua mansão no bairro Boa Esperança. O juiz ainda argumentou que o convívio familiar é parte do processo de recuperação de réus em regime semiaberto.
“O estreitamento dos laços familiares do recuperando constitui expressão de dever social e da dignidade da pessoa humana, com finalidade de (res) socialização, de modo que a família contribui decisivamente no processo de (re) inserção social do custodiado, pela capacidade de agregar valores éticos-morais à sua formação. Nesse sentido, o Estado deve promover atos que confiram oportunidades ao recuperando de restabelecimento de laços familiares e, por conseguinte, de integração social”, assinalou Fidélis.