GABRIELA PEREIRA
MARIANA ANDRADE
DO METRÓPOLES
Nesse sábado (6) completou um mês desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionou tarifas unilaterais de 50% sobre exportações de produtos brasileiros, como a carne bovina e o café. Em abril, o Brasil havia sido alvo de sobretaxa de 10% e, no começo de julho, Trump anunciou tarifas adicionais de 40%.
Desde o anúncio, feito por meio de rede social, o governo brasileiro tem tentado se reunir com a Casa Branca para negociar condições melhores, no entanto, não obteve respostas. De acordo com o governo Trump, as taxas impostas tem o objetivo de reduzir o déficit comercial que o país teria com o Brasil, o que não é verdade, tendo em vista que os EUA são superavitários na balança comercial. Ou seja, vendem mais do que compram dos brasileiros.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
A sanção comercial implementada, não só ao Brasil, mas ao mundo todo, faz parte de uma política imperialista de Trump, avaliam especialistas. Já no início do mandato, em fevereiro, o republicano anunciou tarifas de 25% para aço e alumínio. Em abril, essas taxas aumentaram para 50%.
Além disso, diversos outros países foram taxados, como é o caso da Índia, que também teve tarifas de 50%.
Um mês depois, o que mudou?
Divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MIDC), a balança comercial de agosto — mês em que as tarifas entraram em vigor — mostra uma queda de 18,5% nas exportações de produtos para os EUA.
Apesar da redução, os Estados Unidos foram o segundo principal destino das exportações brasileiras em agosto, ficando atrás apenas da China. Os EUA seguem superavitários na balança comercial com o Brasil, com saldo de US$ 1,2 bilhão.
Segundo o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, Herlon Brandão, não é possível afirmar que a queda nas exportações é motivada apenas pelo tarifaço, tendo em vista que movimentações como essa incluem múltiplos fatores. Ele ressalta, ainda, que a queda no número de exportações foi influenciado pela antecipação de embarque de produtos no mês de julho, quando o tarifaço foi anunciado pelo governo trumpista.