GABRIEL NOVIS NEVES
Com o recrudescimento da violência em todos os setores, não é de se estranhar que a histeria esportiva aumentasse.
Como bem sabemos, principalmente no tocante ao futebol, nos projetamos nesses jogadores bem sucedidos e admirados pela maioria das pessoas, e o insucesso deles passa a ser o nosso.
Esse fenômeno é muito bem explicado analiticamente. Nada raro que alguns adoeçam após a derrota de seu time preferido.
No momento, o que se vê, são torcidas totalmente desorganizadas, do ponto de vista legal.
Sim, porque existe, e é bem específico, o estatuto do torcedor. Apenas, como tantas coisas em nosso país, não costuma ser cumprido.
Isso por conta da sua grande complexidade. Envolve diversos setores: o estado, o Ministério Público, os clubes, as polícias civil e militar e, principalmente, os serviços de inteligência constantes e permanentes.
E, foi graças ao serviço de inteligência que a Inglaterra, depois de vinte anos conhecida por ter uma das mais violentas torcidas organizadas de todo o mundo, os chamados “hooligans”, conseguiu solucionar, embora que parcialmente, um problema tão grave.
Com isso, aumentou a arrecadação para os eventos futebolísticos, já que toda a sociedade sentiu-se segura dentro dos estádios.
Considerando o futebol um esporte de massa, é imprescindível que os serviços de inteligência constantes e acurados exerçam um controle das torcidas nas entradas dos estádios. Com a atual tecnologia isso parece viável.
O que não é admissível é que continuemos presenciando os tristes espetáculos de vandalismo nas arenas de futebol.
Pais, filhos, crianças e idosos estão abandonando a sua grande paixão por absoluta falta de segurança.
Se já existe a lei do torcedor, por que não cumpri-la?
É a pergunta que todos se fazem.
Afinal, circo é fundamental, ou não é?
Principalmente quando o pão anda escasso.
Gabriel Novis Neves é médico em Cuiabá