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Cuiabá, 14 de Setembro de 2024
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15 de Dezembro de 2012, 07h:40 - A | A

OPINIÃO / GABRIEL NOVIS NEVES

Solidariedade X Homenagem

Solidariedade é o presente. Homenagem é o passado. Assim penso.

GABRIEL NOVIS NEVES



Existe uma confusão danada na utilização destes dois termos.


Solidariedade é o presente. Homenagem é o passado. Assim penso.


Na verdade, existe um fosso separando esses dois sentimentos, e que são mal utilizados no meu modo de encarar a vida.


Solidariedade é individual, silenciosa e discreta.


Homenagem é coletiva, e não prospera no anonimato.


A solidariedade é um sentimento que externamos às pessoas vivas.


Já a homenagem é um ritual quase obrigatório aos que partem deste planeta.


Na solidariedade é a emoção que comanda o nosso agradecimento. Somos guiados pelo carinho e pelo afeto.


Na homenagem valores discutíveis estão embutidos e chega, às vezes, a surpreender o homenageado e a magoar os esquecidos.


Quem recebe solidariedade jamais esquecerá que é querido, e isto faz muito bem a qualquer ser humano.


Na homenagem existem critérios que afastam as emoções.


Os mortos pedem compreensão e respeito.


A homenagem traduz um momento dentro de um determinado contexto político, econômico, social e toda a ladainha hipócrita que assistimos quando prestamos aos vivos.


É um ato que termina ao final da protocolar cerimônia.


A solidariedade é inesquecível e gera, inclusive, o sentimento da gratidão.


Então ficamos assim:


Os vivos de todas as camadas sociais, especialmente os mais excluídos, necessitam da solidariedade humana.


Vem o Natal. Os pobres esperam pela solidariedade. Nem pensam em receber homenagens.


Aos que nos deixaram, as nossas homenagens.

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