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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

21 de Novembro de 2016, 08h:13 - A | A

OPINIÃO /

Reforma tributária

Se for aprovada, a nova legislação deverá melhorar o ambiente negocial em Mato Grosso

ALFREDO MENEZES



O assunto do momento no Estado é a proposta de Reforma Tributária que o governo deve enviar para Assembleia Legislativa nesses dias.

Segmentos empresariais teriam até o dia 15 de novembro para enviarem suas sugestões. Criou-se até uma Frente Parlamentar na Assembleia para aprofundar a discussão sobre esse importante assunto. Se aprovada se teria mais 90 dias, como é a lei, para entrar em vigor.

A Reforma toma três áreas como prioridades: produtos básicos, supérfluos e os que impactam no crescimento da indústria. Afirmam que não haverá aumento de impostos, que o estado vai arrecadar a mesma coisa que arrecada com o modelo atual. Que se houver aumento de tributo num lado, abaixaria em outro.

Ou, como no caso das cestas básicas, diminuição de imposto ali seria compensado com aumento em outro setor, como o de material de construção.

A maioria dos tributos situaria entre 12% e 18%, nos supérfluos (cigarro, bebidas) poderiam chegar a 35%. Para energia elétrica cairia de 42% para 25%, acabaria a constante reclamação do setor industrial com essa tarifa. Diminuiria ainda para combustível e comunicação.

Taxação de transporte de boi em pé passaria de 7% para 12%. A Acrimat reclama que os pecuaristas ficariam atados aos frigoríficos, o governo argui que se cobrar mais haveria mais abates de bois no estado, reabririam mais frigoríficos e geraria mais empregos.

Outra intenção da Reforma seria diminuir o chamado cipoal jurídico que rege a questão tributária no estado. A FGV criou uma maneira para se entender isso ao dizer que o atual modelo tem 470 mil palavras ou 500 páginas e que no novo cairia para 16 mil palavras ou 33 páginas.

Mostram que a confusão jurídica atual é tão grande que se tem mais de 200 mil processos na Secretaria de Fazenda contestando atos e ações do governo na cobrança de impostos. Com a simplificação proposta, é a ideia, não haveria mais dúvidas ou confusas interpretações jurídicas.

Uma fala constante é saber como ficaria o Decreto 380/2015 frente à Reforma Tributária. Afirmam que o Decreto acabaria ficando dentro dela.

Que hoje a cobrança do tributo é antecipada, paga-se um valor sobre a compra, não sobre a venda. Quem compra pode pagar menos pelo produto e vende por mais e paga o imposto sobre o menos ou uma média estipulada.

Na Reforma a cobrança passaria para a venda final. Tem chiadeira por essa mudança. Gentes do governo afirmam que MT é o único estado do Brasil que não segue aquela regra. Que a Reforma acertaria esse detalhe que o estado ainda não segue.

Vai haver muito choro e ranger de dentes antes da aprovação da Reforma, mas ela é necessária. É preciso criar um clima de transparência e segurança jurídica para facilitar os negócios.

Se ela for aprovada, acoplado às mudanças que devem ocorrer na futura maneira de se dar incentivo fiscal, deve melhorar o ambiente negocial no estado e poderia atrair mais empresas de fora.

Alfredo da Mota Menezes é professor universitário e analista político

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