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Cuiabá, 08 de Maio de 2024
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16 de Dezembro de 2017, 07h:55 - A | A

OPINIÃO / ALFREDO MENEZES

Leonardo da Vinci

É na leitura do livro que se vê o tamanho da inteligência



O recente livro de Walter Isaacson sobre Leonardo da Vinci leva qualquer um a aceitar que ele foi talvez o homem mais inteligente que o mundo já viu.

O autor destrincha o gênio italiano com base em pesquisa robusta, são 39 páginas de citações de onde tirou suas informações.       

A base maior do livro e de tantos que escreveram sobre Da Vince (tem livro sobre ele desde 1550) é o manuscrito deixado por ele.

São 7.200 páginas escritas à mão em letras miúdas, para aproveitar o máximo do papel, onde estão suas observações, experimentos e os desenhos do que pesquisava.

Aquilo seria somente um quarto do que escreveu, o restante se perdeu.

Ele era canhoto e escrevia da direita para a esquerda, deveria ser o inverso.

Leonardo da Vinci viveu entre 1452 e 1519. Morou em Florença, Milão, Roma e França, onde morreu aos 67 anos. É comum aceitá-lo como grande pintor de obras como Mona Lisa ou a Última Ceia.

Agora mesmo, como exemplo recente, outro quadro dele, Salvator Mundi, foi vendido por 450 milhões de dólares, o mais caro da história. Mas ele foi muito mais além da pintura.      

Aliás, ele até não gostava muito disso. Ele queria ser reconhecido por outras coisas que pesquisava e descobria. Ele deixou inúmeras pinturas inacabadas. Em muitas delas, o que ele queria saber mesmo era como pintar uma mão, braço ou sorriso perfeito.       

Para isso, uma de suas maiores buscas, profusamente demostrado em seus manuscritos e no livro, são os detalhes do corpo humano. Ele dissecou dezenas de cadáveres. Cabeça, pescoço, ombro, peito, estômago, olhos, lábios, pernas, músculos, coração.

Sua pesquisa sobre o coração e o crânio impressiona. Sua descrição e o desenho do útero com um feto dentro é para alguns o maior trabalho dele.       

Os entendidos dizem que outros pesquisadores ficaram com o nome na história por dados já levantados por Leonardo séculos antes.

O autor também cita pesquisas recentes em universidades de prestígio, feitas nas direções apontadas pelo Da Vinci, que mostram como ele estava correto.  

Você pensa que o cara ficou só nisso? Ele desenhou e descreveu uma máquina para mergulhar, outra para voar.

Criou máquinas de guerras que não davam para ser montadas na época, mas estavam na cabeça dele. E tudo minuciosamente escrito e desenhado.       

Fez análises detalhadas do voo dos pássaros e das libélulas. Escreveu sobre matemática, geometria, ótica, teatro e espetáculos, hidráulica, mecânica, como drenar pântanos.

Bolou alternativa para mudar o curso do rio Arno que passa em Pisa para que Florença, terra dele, dominasse aquela cidade.           

Descreveu e desenhou uma cidade ideal com esgotos subterrâneos para diminuir as pestes e mortes da época. Que, se seguido, segundo o autor, teria mudado o curso da história humana. Londres fez aquilo mais de três séculos depois.       

Isso tudo é aperitivo. É na leitura do livro que se vê o tamanho da inteligência de Leonardo da Vinci, também suas angústias, alegrias ou incertezas.

ALFREDO DA MOTA MENEZES é historiador e analista político em Cuiabá.

[email protected]

www.alfredomenezes.com

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