facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 12 de Outubro de 2024
12 de Outubro de 2024

10 de Junho de 2014, 11h:13 - A | A

OPINIÃO /

Copa sem brilho

A possibilidade do “camburão oficial” sofrer represália com vaias substituindo aplausos programados é altíssima

GABRIEL NOVIS NEVES



Faltando poucos dias para os jogos da Copa somente uma obra aqui em Cuiabá está semiconcluída – o campo de futebol. O seu entorno e a área para estacionamento de veículos ainda estão inconclusas. Creio que não ficarão prontas para o megaevento. Nem teve inauguração oficial. 

Os dois centros para treinamento, as obras do aeroporto e da mobilidade urbana, projetam a imagem de uma cidade destruída, e, eis que deságua sobre nós a Operação Ararath. 

O entusiasmo (pouco) das autoridades, contrastando com a frustração da grande maioria da população, cedeu lugar ao medo de enfrentar o público. 

A possibilidade do “camburão oficial” sofrer represália com vaias substituindo aplausos programados é altíssima. 

Será uma temeridade neste momento a exposição de nossos governantes perante quarenta mil pessoas pagando caríssimos ingressos, em que populares se regozijam em frente à Delegacia da Policia Federal soltando até rojões de contentamento pela atuação dos policiais. 

Não foi por acaso que o Governo Federal está investindo extraordinariamente dois bilhões de reais só para fortalecer a segurança durante a Copa do Mundo, não esquecendo que todo o efetivo das polícias e da Força Nacional está trabalhando nas cidades-sede. 

Ararath conseguiu obstruir a curiosidade daqueles que irão nos visitar para conhecer o Pantanal, Chapada dos Guimarães, Nobres, Manso, o Vale do Rio Cuiabá, o nosso Centro Histórico e nossas valiosas tradições. 

Querem saber os turistas estrangeiros como um Estado pobre e com sérios problemas administrativos, consegue investir tantos recursos em um torneio de futebol particular promovido por uma das maiores multinacionais. 

A opção por este tipo de investimento foi das nossas autoridades, e as consequências dessa aventura serão debitadas nos próximos trinta anos de nossas contas. 

Por muito tempo nos lembraremos dessa Copa, diante da impossibilidade de investimentos para o nosso desenvolvimento.

Estamos destinados a ser sempre o Estado do futuro e das nossas riquezas naturais dizimadas. 

Este é o quadro fúnebre das vésperas desta Copa sem brilho na ex-Cidade Verde. 

>>> Siga a gente no Twitter e fique bem informado

Comente esta notícia