HAROLDO ARRUDA
Com a sugestão de um prefeito e o aval de alguns vereadores a CAB Cuiabá, em 2012 foi a empresa que assumiu os serviços de água e esgoto na capital com o compromisso de universalização da água e cem por cento do esgoto tratado nos próximos anos. Uma negociação de nada mais, nada menos do que R$ 516 milhões de reais.
Criaram a AMAIS como agência de fiscalização. Fecharam a AMAIS e criaram a ARSEC com o mesmo propósito. Em agosto deste ano a ARSEC enviou um relatório mostrando o que todos nós já sabíamos há muito tempo, ou seja, os serviços prestados pela CAB Cuiabá não estavam sendo prestados como deveriam.
Pasmem, senhoras e senhores, mas foram praticamente três anos e meio e muito dinheiro público jogado fora para se chegar a uma conclusão óbvia que desde o início das operações da CAB Cuiabá, já era, no mínimo, previsível pelo número gigantesco de reclamações feitas pela população.
O prefeito Mauro Mendes, já desgastado com a situação, deu um xeque-mate e criou na semana passada a Comissão Especial de Auditoria para ter acesso às informações e documentos contábeis da CAB Cuiabá. Menos mal, demorou; mas demorou muito, mas parece que só agora a ficha caiu. Mas a ficha caiu por que? Por bom senso ou por foco na reeleição? Nessa altura do campeonato isso já não importa mais.
Apesar de tudo isso, vale a pena ressaltar algo que alguns gestores ainda não entenderam. Primeiro, a população precisa de água e tratamento de esgoto com qualidade. Parece lógico, mas até agora não resolveu. Segundo, se pesquisar vai ver que a população não importa que a gestão da água e do esgoto da nossa cidade seja feita por uma instituição pública ou privada. Parece-nos lícito acreditar que o problema não está somente na contratada, mas sim em quem contrata ou quem contratou. Se quem contrata não tem condição de fiscalizar o que foi contratado, certamente o resultado será sempre esse, uma calamidade pública, onde os números de reclamações sempre aumentam e a conta nunca fecha.
Até o calouro do curso de gestão pública sabe que quando se trata de uma concessão pública, toda empresa, antes mesmo de ser contratada, deve apresentar um plano de ação e de investimentos por todo período contratado e desta forma demostrar como estas ações serão concretizadas ao longo de todo contrato. Se liga na dica.
