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Cuiabá, 13 de Novembro de 2024
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05 de Agosto de 2019, 08h:34 - A | A

OPINIÃO / ONOFRE RIBEIRO

Amadurecimento

Nações também amadurecem. Algumas sofrem muito nesse processo



Nações também amadurecem. Todas demoram longo tempo ao longo da História pra chegarem ao amadurecimento. Algumas sofrem muito nesse processo. A civilização humana caminhou do velho Egito e da China na direção do Ocidente.

A cada passo a História registra as lutas. As posses de territórios. As guerras. A criação de religiões como o islamismo, uma forma de dar unidade às culturas. Israel seguindo a linha pós-civilização egípcia, o império romano conectando o oriente com o ocidente. As grandes navegações portugueses abrindo o mundo através comércio. Muitas lutas, sofrimentos e aprendizado a enormes custos sociais e humanos em todos os tempos      

Graças às navegações as Américas foram incorporadas à civilização ocidental. Porém, acabaram contaminadas com as dores europeias de uma península Ibérica retrógrada mesmo para o século 16. Na época Portugal e Espanha guardavam a essência da Igreja medieval com toda a sua carga de religiosidades e de poder político.

Pras Américas veio toda essa carga seja pelas mãos de religiosos, seja pelas mãos das coroas espanhola e portuguesa, impregnadas do fanatismo religioso. O pior era a carga de um determinismo de fatalidade, tipo: “Deus quer assim...!”. Surgiram colônias e depois nações escravizadas a velhos conceitos que o mundo posterior varreu na Europa e na matriz colonial. Por aqui sobreviveram e ainda sobrevivem. Países retrógrados que não se permitem se civilizar.

O Brasil relata isso tão bem. Criou-se a partir de 1500 como um braço afastado e dominado de uma ambiciosa Coroa portuguesa. Olhando nesse espelho se construiu toda a montagem da vida brasileira em todos os sentidos possíveis. Um país colonial, colonizador de si mesmo, hierarquias sociais e econômicas construídas a partir da exploração da Colônia e depois do Estado. Embora a palavra tenha perdido o seu sentido original, o termo elite configurou-se como uma forma de dominação da população pra que construa uma nação destinada a poucos que a governam e dela retiram suas riquezas familiares.   

Em 2018 a eleição presidencial se deu num ambiente de profunda polarização psiquiátrica dessa cultura de séculos. Nação dividida em dois polos sem causa. No meio da causa de poder de ambos, a sociedade quis experimentar um grito de independência numa terceira direção: nós, o povo!        

Está aí hoje a luta entre o “bem” e o “mal”. Tudo furado. No fundo luta-se pela divisão do poder e da tomada do Estado pra continuar o beneficiamento dirigido.        

Por isso tantos confrontos e tantos debates profundamente vazios.        

O amadurecimento pode vir. Mas não virá sem lutas. O ano de 2019 que o diga....!

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

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