DOMINGOS SÁVIO BRUNO
Várzea Grande, cidade de muitos políticos e oposições efervescentes e pululantes. Mas onde tem muitos da sua população que ainda insistem na hipocrisia de dizer que detestam a política e por isso não faz parte dela. Daí o que sobra? Aqueles que se interessam pelas benesses da política. Com isso todo mundo acaba sofrendo. A culpa é do prefeito atual? Não. Apenas dele, não. É uma soma de fatores que vem se agravando ao longo de muitos anos.
Pode-se se afirmar que tudo isso vem se complicando com o crescimento desordenado da cidade, provocado pelo grandioso crescimento populacional, além da chegada de muitas pessoas de fora que aqui chegam e escolhem por aqui permanecerem. A dificuldade de se efetuarem construções verticais na cidade acaba espalhando muito as construções, que além buscar melhores lugares, também procuram locais com preços compatíveis com a capacidade dos seus moradores que aqui chegam e se instalam.
Existem outros agravantes que merecem serem bem avaliados e ponderados, como os programas sociais do governo, com construções de casas, que atende e atrai pessoas de baixíssima renda que aumentam a população e ampliarem as questões de deficiências do urbanismo, devido a migração de parte dessa gente para cá.
Como resolver? Essa é uma tarefa muito complicada para uma cidade cuja arrecadação é pequena, frente a uma demanda cada dia maior. É preciso além de um estudo detalhado dos problemas, também a vontade política em querer resolver cada situação, aliado à busca de recursos federais e estaduais, adequados à nova realidade. Pois existe uma população enorme, vivendo espalhada, demandando infraestrutura superior ao que demandaria a mesma população, se fosse mais agrupada a sua localização. Como está não será este, e nem o próximo prefeito que conseguirá resolver essa problemática. Sem antes diagnosticar com precisão os problemas e projetar as soluções.
Além do mais, é preciso uma ação conjunta da população cobrando, como parece estar acordando para os fatos. Somando ainda a batalha dos políticos em aliar forças no sentido de desatolar a cidade desse lamaçal que parece interminável. Deixando a rivalidade de lado, mas mantendo uma oposição firme, necessária e sadia. Incluindo assim, o Ministério Público, que precisa notar mais as dificuldades de soluções por que passa o executivo e este povo.
Além da população e dos políticos, empreendedores e as autoridades constituídas também deverão se somar no esforço para buscar amenizar, e até resolver os assuntos com diplomacia e lógica. E, pensando no futuro. Pois, todo empenho de hoje será para que no futuro não ocorram mais tamanhos descalabros que fomentam a desordem e a miséria de um povo trabalhador, que só precisa de oportunidades reais para desenvolver suas habilidades e promover a sua sustentabilidade.
E para tanto, é importante desenvolver estudos e empenhar energia no sentido de se criar um distrito industrial mais localizado onde a população é mais adensada para o bom aproveitamento dessa mão de obra, que hoje é ociosa, e que está sendo cada dia mais desperdiçada por questão de falta de capacitação, localização, mobilidade ou logística.
Ora, com o distrito industrial, daí é necessário um trabalho para atrair a instalação das indústrias nesta cidade, bem como melhor qualificação dessa mão de obra existente.
Da forma que está essa população, está suscetível a sua marginalização, agravando ainda mais as questões urbanas e assanhando a ira e a zombaria da mídia e dos críticos perversos.
*DOMINGOS SÁVIO BRUNO é Engenheiro Florestal em Mato Grosso E-mail: [email protected]