A constatação é percebida principalmente em pessoas que têm político de estimação e de quem tudo se pode esperar, até a falta de juízo para justificar os maus feitos de seus representantes quando o mesmo acontece por conta dos outros.
Esse comportamento alienado não é fenômeno recente, existe há muito tempo e vêm reincidindo desde quando os romanos chamavam cristãos de ateus porque não aceitavam seus deuses, razão pela qual os tinham como inimigos do império. Agiam exatamente da mesma forma com que hoje agem aqueles que foram doutrinados para chamar de nazistas e fascistas pessoas que com eles não concordam na tentativa de inverter valores e atacar quem os desmoraliza ao mostrar como agiram errado quando detinham o que chamam de “poder”.
A relação com o “poder” é algo que as ideologias de forma geral, mas particularmente as de esquerda, nunca aprenderam a administrar porque jamais o utilizaram para promover a união entre pessoas e sim para subjuga-las, seja pela força da opressão, seja pela cooptação na dependência financeira através da compra de votos disfarçada de programas de resgate da cidadania, seja no ataque direto aos valores éticos e morais da sociedade camuflados nos métodos de ensino aplicados em reformas educacionais.
Nada disso funcionou por muito tempo em nenhum lugar do mundo dando mostras de que já não funcionava quanto existiu como forma de governo na antiga União da Repúblicas Socialista Soviéticas, a qual veio a sucumbir graças à seu gigantismo, diversidade étnica e sua própria incompetência. Esse sistema tão pouco está funcionando agora na tentativa torpe de tornar países Sul e Centro Americanos um coletivo ideológico, tanto que o estratagema já dá mostras de esgotamento pelas incoerências e devaneios dos ditadores que tentam se perpetuar no cargo associando-se entre outras aberrações políticas ao narcotráfico.
A estratégia de nivelar a satisfação das pessoas atendendo somente suas “necessidades básicas” não se aplica ao ser humano, talvez em animais que nada têm além do instinto para se guiar, mas mesmo estes não se conformam com o cerceamento de sua liberdade, principalmente a de ir e vir. Podem até suportar limites, entretanto mesmo as mais frágeis formas de vida vão procurar meios de escapar do confinamento ainda que possam morrer tentando.
Dos regimes comunistas que sobreviveram à realidade do tempo destacam-se a Russia e a China, mas para isso tornaram-se capitalistas em seu modo de encarar suas relações comerciais com o resto do mundo, pelo visto continuarão a seguir esse caminho sem volta. Já as que permaneceram ou se deixam levar pelo radicalismo ideológico estão no ápice do processo de autofagia que antecede o fim das ditaduras de esquerda.
Basta ler os programas dos partidos fundamentados nas ideologias de esquerda para entender que seu “modus operandi” é o mesmo das ditaduras que existiram no passado. Há exceção? A resposta é sim, a Coréia do Norte sobrevive, mas o preço de sua existência está precificado a muito tempo e reside no isolamento alto-promovido e na miséria da população.
Só não vê quem como todo alienado se alimenta de sua própria insensatez.
MARCELO AUGUSTO PORTOCARRERO é engenheiro civil.