A copa e a família Scolari

WILSON CARLOS FUÁ

A Copa do Mundo não é um campeonato, é um torneio de tiro curto, é um mês de intensa concentração e dedicação total a um só objetivo, mas para isso tem que se preparar com antecipação de 04 anos, isso é que se chama de planejamento.

Essa derrota de 7 a 1, não aconteceu por acaso, a seleção passou pelas mãos e ótica do Mano Menezes e depois foi entregue a um treinador ultrapassado que rebaixou o Palmeiras, e pelo reconhecimento do seu péssimo trabalho, recebeu como prêmio da CBF, ser o técnico da seleção brasileira de futebol. 

Só aqui no Brasil os jogadores são selecionado por afinidade, eles não são tratados como profissionais, mas sim, como se fosse meninos carentes e chorãos. Na Granja Comary, era uma desorganização total com torcida presente o tempo todo dentro campo e crianças invadindo os treinos, família de jogadores dentro da concentração, helicóptero subindo e descendo com namoradas e as “Marias chuteiras”, etc.

Esta foi a seleção das emoções, treinada por um motivador e não por um treinador de futebol. Ao invés de formar uma equipe de homens preparados para enfrentar uma disputa dura, o que se viu foi um time dependente e carente, que entravam em campo como crianças de colégio, com as mãozinhas nos ombros e depois ficavam emocionados com a “capela” do hino nacional, desconcentrando totalmente da partida, os jogadores ao invés de cantar, gritavam escancarando a boca como se fosse rasgá-las. O pior de tudo foram às superstições: começando pelo pai da família Scolari, vestindo um agasalho velho que deu “sorte” lá para traz; era o preparador físico jogando sal grosso no campo; era jogador colando bigode e depois tirando bigode. No país onde o futebol é mal administrado, é isso que acontece, substituiu planejamento e objetivo definido, por princípios subjetivos e milagres celestiais. 

A seleção foi formada por um apanhado de jovens jogadores milionários e que muitos deles foram apresentados ao povo brasileiro através de comerciais e propagandas nas TVs, foi uma seleção sem líder, tanto dentro como fora de campo, eram descontrole emocional que a cada início e final de uma partida virava uma choradeira sem fim.

Felipão deu ao técnico da Alemanha, Joachim Löw, um presente antes da partida e recebeu nó tático. O Felipão e o Parreira transformaram o futebol brasileiro no que há de pior, com retrancas e com adoração aos volantes. Sem um armador clássico como Didi, Gerson, Rivaldo, optaram por acabar com a beleza do futebol brasileiro, tolheram o talento natural do jogador brasileiro com a adoção de um futebol de pragmatismo e de retranca, para privilegiar os volantes pernas-de-pau, em detrimento dos craques. 

Porque será que ele não convocou o Ganso, o Robinho, o Ronaldinho Gaúcho, o Kaka, o Dedé, Tiago Ribeiro, a relação é muito longa, mas ele queria um time de meninos chorãos para formar a Família Scolari, por isso 7 a 1, foi pouco. Mas o que ele deveria fazer é transformar essa derrota vexatória e humilhante em lição dada pela escola alemã, que demonstrou obediência tática, que ao fim da partida demonstrou humildade e respeito com a selecionado brasileiro que um dia já foi o melhor do mundo, mas ao contrário na coletiva aparece Sr. Scolari com um monte de folhas de papeis, tentando explicar o inexplicável. 
A culpa é da CBF, que acreditou na família Scolari e do Galvão que passou a ilusão de que somos os melhores do mundo, mas ele também pagou um preço muito caro, teve que gritar: olha o gol, olha o gol, olha gol, sete vezes para a Alemanha.

Mas futebol é assim, se houver um planejamento e uma melhor escolha do treinador, algo assim próximo de Joachim Löw, poderemos almejar algo mais do que disputar um terceiro lugar. 
A vida continua, pois 2018 é logo ali, talvez sem Felipão.

Economista Wilson Carlos Fuáh – É Especialista em   Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas. Foi jogador do Mixto Esporte Clube. Fale com o Autor: [email protected]          

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