GREYCE LIMA / KAROL RODRIGUES
ESPECIAL PARA O REPÓRTERMT
Quem passa pelos canteiros de obras do VLT em Cuiabá e Várzea Grande raramente vê operários trabalhando. Nesta semana, a equipe do RepórterMT visitou canteiros situados nas duas cidades.
Durante a manhã, uma equipe de no máximo 15 trabalhadores implantavam dutos em um dos locais onde está sendo instalado os trilhos do Veículo Leve sobre Trilhos próximos ao aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande. No restante do trecho, nenhum funcionário do Consórcio foi visto.
Em Cuiabá, a obra está abandonada, sem os tapumes que foram colocados durante a Copa do Mundo. Os comerciantes da região da Prainha relatam que os dias antes dos jogos do mundial foi a ultima vez que eles se depararam com os operários do VLT.
Proprietário de uma oficina localizada próximo à obra, Fabio Silva conta que o movimento de clientes caiu 50%. "O comércio aqui da Prainha está pagando um preço muito alto para a obra do VLT estar abandonada assim. O movimento da minha oficina despencou, os clientes não vão enfrentar este congestionamento por conta dessa obra parada para trazer o veiculo no meu estabelecimento. Agora, eu só conto com fidelização de alguns clientes", declara o comerciante.
O impacto direto ao comércio, onde está em 'andamento' as obras do VLT, em Cuiabá, está atingindo até a renda mensal dos funcionários. Mecânico de veículos há 15 anos, Marcelo Tadeu diz que com a queda do movimento nas oficinas até o salário foi reduzido. "Ganhávamos antes deste VLT cerca de R$ 3 mil, agora se recebo R$ 2 mil reais mensal é muito. Agora, quem paga este prejuízo?", indagou Marcelo.
De acordo com funcionários de uma loja de utilidades na Prainha, desde o início da Copa não são vistos nem funcionários nem máquinas nas obras. “Há 15 dias alguns homens vieram fazer uma medição, mas não ficaram nem 10 minutos”, dizem.
O mesmo acontece no CPA. Segundo Andressa Camila, funcionária da Drogasil, ninguém trabalha nas obras desde que acabaram os jogos da Copa. O mesmo diz Claudinete da Silva, funcionária da Decorliz. “Antes do início da Copa víamos mais funcionários. Durante [o Mundial], eles vinham tapar alguns buracos ou consertar alguma coisa de vez em quando. Um dia ou outro vemos alguns funcionários, mas não é todo dia”, afirma.
Ainda que comerciantes da Avenida Historiador Rubens de Mendonça (CPA) e da Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha) afirmem que não veem funcionários trabalhando nas obras de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), principalmente com o término da Copa do Mundo de Futebol, a Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) segue afirmando a continuidade delas e o desconhecimento da demissão de funcionários após o Mundial. O trecho que liga as duas avenidas é um exemplo claro de obras do VLT que estão paradas.
O Consórcio VLT Cuiabá teria demitido 700 funcionários após a Copa. A Secopa afirma que não possui o registro destas demissões, que ficam a cargo das empresas do Consórcio VLT.
A empresa afirma que foram contratados cerca de 1.100 trabalhadores para as obras, distribuídos entre várias frentes de serviço, incluindo funcionários próprios e de terceiros. Estes teriam sido contratados, inclusive em cidades do interior do Estado. As contratações, no entanto, não acarretam necessariamente em um prazo certo para a entrega das obras, que já se sabe que ficará a cargo do próximo governo.
Para o presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso (Crea/MT), Juares Samaniego, esta demora pode interferir na qualidade das obras. “É necessário correr atrás da conclusão destas obras. Quanto mais se demora, pior”.
Na semana passada, uma equipe do RepórterMT, que passava ao longo da Avenida do CPA, registrou uma lagoa formada no canteiro central das obras do VLT, após uma chuva. O ponto alagado já havia sido mostrado em matéria divulgada no dia 17 deste mês, onde também foi flagrado muito lixo espalhado por onde já deveria estar passando, desde março deste ano, os trens do VLT.
RepórterMT
Por causa da chuva, canteiro central da Avenida do CPA virou uma lagoa. Nesse ponto das obras do VLT, nenhum operário é visto trabalhando
gilder gomes de souza 31/07/2014
A resposta para tudo isso, vai ser dada no dia da eleição, quando o povo eleger o senador Pedro Taques para o governo e torcer que seja um governo voltado realmente para atender os anseios da população matogrossense.......
Paulo Jorge 31/07/2014
Aonde estão os órgãos fiscalizadores como:MPF, MPE, TCE, que ainda não mandaram para a cadeia os envolvidos nessa questão?.
2 comentários