METRÓPOLES
Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) acredita que o catequista José Antônio Silva, 47 anos, fugiu do Brasil. Desaparecido desde julho, quando teve o nome incluído no cadastro nacional de foragidos, o acusado de estuprar crianças com idades entre 4 e 10 anos passou a integrar a lista de difusão vermelha da Interpol, a polícia internacional. O pedido tramita na Polícia Federal, representante da organização internacional.
Nesta semana, o Metrópoles divulgou que Distrito Federal solicitou cinco pedidos de inclusão na lista vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal.
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Os supostos abusos cometidos por José Antônio ficaram ocultos até maio de 2019, quando um dos sobrinhos do acusado, hoje com 23 anos, resolveu procurar a polícia. Pai de um bebê, ele temeu que o crime se repetisse com o filho e denunciou o tio, considerado até então acima de qualquer suspeita. À reportagem, o jovem, que preferiu não se identificar, contou como José Antônio agia.
Foram quatro anos de abusos – dos 4 aos 8 –, segundo afirmou. “Ele fez isso com todos os meninos da família. A psicopatia começou depois de uma certa idade. Um mais velho que eu e todos os mais novos também foram abusados”, ressaltou. De acordo com a vítima, as crianças eram violentadas aos domingos, quando a família estava reunida. “Algo muito ruim de se recordar”, disse.
O rapaz afirmou que decidiu denunciar o tio após uma comemoração do Dia das Mães na casa da avó. “Ele [José Antônio] foi dar a bênção ao meu bebê e aquilo me causou repulsa. Lembrei de tudo que ocorreu na minha infância e percebi, naquele momento, que eu tinha que fazer algo, caso contrário, aconteceria o mesmo com o meu filho”, relatou.
O jovem assinalou que, após juntar coragem para denunciar o tio, outros primos apoiaram a postura e fizeram o mesmo. José Antônio teria abusado de pelo menos 12 crianças do núcleo familiar, segundo revelou o Metrópoles em julho deste ano. “Estamos unidos. Queremos justiça. Ele precisa pagar por esse crime”, afirmou.
A situação, porém, divide os familiares. “Nosso apoio está vindo apenas dos mais próximos. A maioria dos irmãos está do lado dele. Queremos mostrar que não estamos errados. Fomos vítimas, e esperamos que a nossa família possa voltar a ser a mesma, unida como sempre foi”, destacou o jovem.
Disfarces
A 4ª Delegacia de Polícia (Guará), responsável pelo caso, divulgou possíveis disfarces do catequista. As projeções foram elaboradas pela equipe do Laboratório de Representação Facial Humana do Instituto de Identificação da PCDF, que utilizou fotografias do suspeito fornecidas pela unidade policial.
Elas sugerem diversos disfarces de como o procurado pode estar. Foram feitas modificações na imagem cedida, inserindo peruca, barba, boné e óculos.