JÉSSICA MOREIRA
DA REDAÇÃO
Arrolado pela defesa do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) para depôr em audiência referente à ação criminal que apura supostas fraudes na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ex-deputado estadual Sérgio Ricardo isentou o peemedebista, dizendo que é “humanamente impossível" um deputado checar os documentos "folha por folha" antes de liberar um pagamento, se referindo aos documentos que são assinados pelos membros da mesa-diretora da Casa de Leis.
"Os processos passam por duas, três comissões antes de chegar na nossa mesa. Mas é preciso confiar nas comissões, porque não dá para ficar lendo folha por folha. É difícil conciliar a função de deputado e gerir a Assembleia”, explicou.
Preso desde setembro do ano passado no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), Silval deixou a unidade prisional na tarde desta quinta-feira (4) para participar de duas audiências em que figura como réu, no Fórum da Capital. No entanto, ele prestou esclarecimentos para a juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, somente em uma das sessões, que trata das supostas fraudes na ALMT, onde é acusado dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e supressão de documentos públicos.
O ex-governador disse que os fatos da acusação correspondem ao período de 1999 a fevereiro de 2003, momento em que não presidia a Assembleia Legislativa, posição assumida posteriomente. “Não estava na mesa diretora. Vou provar que não tive nada com isso”, disse Silval.
Assim como explicou Sérgio Ricardo, o peemedebista afirmou ainda não ter conhecimento de todos os cheques que assinou no período e complementou dizendo que os pagamentos na Assembleia eram realizados após os processos passarem pela comissão de licitação e pelo departamento financeiro.
Questionado sobre a acusação de destruição de documentos, Silval se defendeu dizendo que a Assembleia já possuía, na época, uma lei que regulamenta o descarte de documentos. Além disso, Silval Barbosa asseverou que não tinha conhecimento da suposta fraude até 2011, oito anos após deixar o Parlamento.“Não sei se houve fraude, mas posso garantir que não tinha conhecimento, nem fui beneficiado”, asseverou.
Sodoma
Após terminar a primeira oitiva, Silval acompanhou o depoimento do superintendente de atos e decretos da Secretaria da Casa Civil, Hélio Leão de Souza. Também compareceu o ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso na gestão do peemedebista, Marcel de Cursi e a defesa do ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, que foi dispensado da audiência.
Hélio Leão disse que sua função era apenas receber os atos e encaminhar para o secretário da pasta. Quando questionado pelo Ministério Público Estadual (MPE) sobre o decreto 2691/2014 disse que “recebi um papel manuscrito com a letra de Nadaf pedindo para incluir duas ou três empresas no projeto de incentivos fiscais, apenas cumpri a ordem”.
O servidor disse também que os atos envolvendo incentivos fiscais não vinham acompanhados de processo e que antes de 2013 não era assinado pelo governador e o secretário da Casa Civil. A situação só mudou após a aprovação de uma Lei que determinava a assinatura dos mesmos para a liberação do incentivo.
Ele também explicou que era comum em alguns processos ser publicado antes da assinatura do secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia. Questionado sobre um possível recebimento de propina ou vantagem para alteração no decreto, Hélio negou qualquer prática deste tipo pelos acusados.
Ao fim dos esclarecimentos, a defesa de Cursi pediu vistas do processo e a magistrada concedeu por cinco dias, passando a contar a partir desta sexta-feira (5). O servidor prestou depoimento a pedido da defesa do ex-governador.
O advogado de defesa de Silval, Ulisses Rabaneda, disse que o depoimento de Hélio foi positivo. “O testemunho foi bastante claro. Não há dúvida que o governador não participou disso. O próprio Nadaf confirmou isso durante seu interrogatório”.
Jair 05/08/2016
Por que as pessoas que arrobatam a conta unica en 100 mi e os demais que, comprovadamente, saquearam os cofres publicos estão soltos e há outros com "supostas" ocorrencias há um ano presos, como é o caso desse Sr? Olhe a cifra do desvio da conta unica! Essa juíza tem um criterio duvidoso... É de estranhar muito...
Renato 04/08/2016
Kkkkkkk, só faltam ser canonizados. Todos santos. Tudo farinha do mesmo saco. E a compra da vaga no TCE, o que virou? Ou o judiciário está com medo de continuar a investigação?
2 comentários