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Cuiabá, 12 de Julho de 2025
12 de Julho de 2025

11 de Julho de 2025, 16h:31 - A | A

OPINIÃO / PATRÍCIA CAPITANIO

Tarifa de 50% dos EUA: Como a Medida Ameaça o Bolso e a Economia do Brasileiro no Dia a Dia

PATRÍCIA CAPITANIO



Em uma decisão que abalou as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, o presidente americano Donald Trump anunciou a imposição de uma tarifa de % sobre todos os produtos importados do Brasil, com validade a partir de º de agosto de . A medida, justificada por Trump como uma resposta a uma "relação comercial injusta" e a questões políticas brasileiras, promete gerar um efeito cascata que será sentido diretamente no cotidiano da população brasileira, desde a conta do supermercado até a estabilidade do emprego.

O Impacto no Carrinho de Compras e nas Contas do Mês
O efeito mais imediato para o consumidor será o aumento de preços, transformando hábitos e apertando o orçamento familiar. Mas como isso acontece na prática?

O pãozinho do café da manhã:
O Brasil importa parte do trigo que consome. Com a instabilidade cambial gerada pela tarifa, o dólar tende a subir, encarecendo essa importação. O resultado é um aumento no preço da farinha, que se reflete diretamente no pão francês, nos bolos e nas massas. Aquela ida diária à padaria pode pesar mais no bolso no fim do mês.

O churrasco do fim de semana:
Embora o Brasil seja um grande produtor de carne, parte da produção é voltada para exportação. Com a perda de competitividade no mercado americano, os produtores podem tentar compensar as perdas no mercado interno, ou a instabilidade pode afetar toda a cadeia produtiva, impactando os preços na prateleira do açougue.

Tecnologia e vestuário:
Quer trocar de celular, comprar um notebook novo ou renovar o guarda-roupa? Muitos desses produtos, mesmo que montados no Brasil, utilizam componentes eletrônicos ou tecidos importados. A tarifa e a alta do dólar encarecem esses insumos, fazendo com que o preço final do smartphone ou daquela calça jeans suba consideravelmente.

Combustível e transporte:
O preço dos combustíveis é diretamente influenciado pela cotação do dólar. Uma crise comercial dessa magnitude pressiona a moeda americana para cima, o que pode levar a reajustes na gasolina e no diesel. Isso não afeta apenas quem tem carro, mas encarece o transporte público e o frete de praticamente todos os produtos, desde os alimentos até as compras online.

A Ameaça ao Emprego e à Estabilidade Financeira
Além dos preços, a tarifa ameaça a fonte de renda de muitas famílias brasileiras. Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, e a medida coloca em risco setores que empregam milhões de pessoas.

O operário da fábrica de calçados:
Imagine um trabalhador em uma fábrica de calçados no Rio Grande do Sul, um polo exportador. Com a tarifa de %, os sapatos brasileiros se tornam caríssimos para os americanos, e os pedidos de compra despencam. A fábrica produz menos, fatura menos e, para sobreviver, pode ser forçada a demitir funcionários.

O piloto e a indústria aeronáutica:
O Brasil é um líder mundial na fabricação de aviões, com um mercado forte nos EUA. Uma tarifa dessa magnitude pode cancelar contratos milionários, freando a produção e colocando em risco os empregos de alta qualificação no setor, de engenheiros a pilotos de teste.

O agricultor do interior:
Um produtor de suco de laranja no interior de São Paulo que exporta grande parte de sua produção para os EUA pode ver seu principal mercado se fechar da noite para o dia. Sem ter para quem vender, ele pode ser forçado a reduzir sua produção, o que afeta não apenas sua renda, mas também a dos trabalhadores rurais que emprega.

Efeitos em Longo Prazo: Menos Oportunidades e Mais Incerteza
A instabilidade econômica gerada pela tarifa afasta investidores estrangeiros. Na prática, isso significa menos dinheiro entrando no país para a construção de novas fábricas, para a expansão de empresas e para a criação de novas vagas de emprego. Para o jovem que busca o primeiro emprego ou para o profissional que almeja uma promoção, o cenário se torna mais difícil, com menos oportunidades de crescimento.

O Que Esperar a Seguir?
Ainda há tempo para negociações diplomáticas antes de a tarifa entrar em vigor. O governo brasileiro sinalizou que pode retaliar, mas setores produtivos pedem cautela e diálogo para evitar uma guerra comercial que prejudicaria a todos.

Para o cidadão comum, o cenário é de atenção. A efetivação da tarifa de % não é apenas uma notícia de economia internacional; é uma ameaça real ao poder de compra, à segurança no emprego e à estabilidade financeira, mostrando como as grandes decisões políticas podem impactar profundamente a vida cotidiana.

Patrícia Capitanio, é Palestrante, Consultora Financeira, sócia da empresa W1 Consultoria Financeira, autora do livro Consultório Lucrativo, com 17 anos de experiência no mercado financeiro

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