RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
O ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (sem partido), negou que seu ex-genro e ex-presidente da Câmara de Vereadores de Cuiabá, João Emanuel Moreira Lima, tenha custeado a reforma da sua casa utilizando dinheiro desviado dos cofres públicos. A negativa de Riva ocorreu logo após seu depoimento na 7° Criminal de Cuiabá, nesta terça-feira (28), em decorrência da “Operação Arca de Noé”.
“É absolutamente mentirosa essa afirmação. Tem 10 anos que a minha casa não é reformada, também não faz todos esses anos que eu conheço o João Emanuel. Simplesmente ele pode ter construído uma casa, mas a minha casa si não”, defendeu Riva.
“É absolutamente mentirosa essa afirmação. Tem 10 anos que a minha casa não é reformada, também não faz todos esses anos que eu conheço o João Emanuel. Simplesmente ele pode ter construído uma casa, mas a minha casa si não”, defendeu Riva.
João Emanuel foi denunciado pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) esta semana por lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), ele usou parte dos recursos para pagar uma viagem internacional para Disney na cidade norte-americana de Orlando, além da aquisição de um veículo automotor Porsche/Boxter Conversível Esporte e a reforma da casa do seu ex-sogro Riva. Todos os pagamentos foram efetuados pelo ex-vereador cassado com a utilização de cheques da Propel que está envolvida no esquema investigado pela "Operação Aprendiz".
“Acho que não cabe comentário nisso. O João Emanuel tocou a vida dele da forma que bem entendeu, assim como eu toco a minha. Cada um responde pelo que faz”
Questionado pelos jornalistas se sabia das operações fraudulentas cometidas pelo o ex-vereador de Cuiabá, Riva foi enfático ao afirmar. “Acho que não cabe comentário nisso. O João Emanuel tocou a vida dele da forma que bem entendeu, assim como eu toco a minha. Cada um responde pelo que faz”, respondeu encerrado o assunto.
João Emanuel foi casado com a atual deputada estadual Janaina Riva (PSD), com quem tem um filho, inclusive, com mesmo nome do ex-deputado. O ex-presidente da Assembleia Legislativa foi preso no fim do ano passado na “Operação Célula-Mãe”, que apura desvio de até R$ 1,7 milhão por meio da extinta verba de suprimento usada para compra de produtos emergências para o gabinete dos deputados.
DENÚNCIA
Na primeira ação penal, que está em trâmite na Vara Especializada do Crime Organizado, o Gaeco apurou desvios na ordem de R$ 1.542.075,76. As investigações continuam e a previsão é de que novas denúncias possam realizadas.
Além de João Emanuel, também foram denunciados Gleisy Ferreira de Souza, Guedey Araújo, Luciano Cândido Amaral e Lucas Henrique do Amaral.
De acordo com o Gaeco, a denúncia é resultado do compartilhamento das informações obtidas pela 13ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa que tratam de desvios de verbas públicas na Câmara de Vereadores.
O esquema era feito por meio da simulação de entrega de materiais e de prestação de serviços gráficos realizados pela empresa Propel Comércio de Materiais Ltda ME, de propriedade do ex-deputado Maksuês Leite, que se tornou um dos delatores do esquema de desvio de dinheiro, usando-se do modus operandi na Assembleia Legislativa.
Maksuês explicou durante depoimento como aconteciam as negociações do esquema de desvio de dinheiro público por meio de fraude em licitações do Legislativo municipal. O esquema terminou com a cassação do presidente da Câmara de Cuiabá, João Emanuel.