Riva confirma ligação com ex-bicheiro João Arcanjo, mas alega inocência

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Riva passou a tarde em depoimento à juíza Selma Rosane de Arruda.

RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO

A tarde desta terça-feira (29) do deputado estadual, José Riva, foi mais uma vez, de depoimentos À juíza Selma Rosane Arruda, titular da 7° Vara Criminal do Fórum de Cuiabá. A audiência foi uma tentativa de esclarecer até que ponto chegava o relacionamento político e financeiro entre Riva e o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro e o que essa amizade tem haver com o suposto desvio na ordem de R$ 2,2 milhões na Assembleia Legislativa por meio de uma empresa fraudulenta - a Nazareth ME - desativada desde 1994. Os crimes foram investigados na Operação Arca de Noé.

Ao ser questionado sobre sua relação com Arcanjo, o ex-presidente do Legislativo estadual rebateu: “Mato Grosso tinha ligação com o Arcanjo, não era eu que tinha todo mundo tinha”, argumentou.

Sobre os cheques, em nome da Assembleia, que foram encontrados em posse do ex-bicheiro em 2002, Riva preferiu não comentar. “Isso eu tenho que dizer para a juíza. Na hora que eu for dar o depoimento vou esclarecer”, desconversou.

Mesmo sem dar explicações detalhadas sobre os cheques, o ex-parlamentaer continua a alegar inocência e garante que irá provar isso em cada audiência. “Não existe desvio. Estamos provando a cada audiência que não há desvio. Nunca peguei um centavo, quebrei meu sigilo fiscal, bancário, telefônico, onde está este desvio? Para a minha conta não foi. Você pode ter certeza que a cada depoimento, fica cada vez mais claro de que não houve isto”.

José Riva se defende quando o assunto são os números de processos em que responde na Justiça. Aponta que há pessoas com centenas de ações enquanto a sua era apenas uma que foi desmembrada. “Vocês falam que eu sou o que mais tem processos, tem gente aqui com 400 processos. Pegaram um processo meu e desmembraram em 100. É muito fácil fazer isto. Se alguém quiser te perseguir, consegue abrir um monte de processos contra você. Imagina como é com quem teve cargo público. Eu estou absolutamente tranquilo.”

Riva voltará a ser ouvido no 12 de novembro deste ano, os processos também correspondem aos desdobramentos da Operação Arca de Noé, deflagrada em 2002 pela Polícia Federal para desmantelar o crime organizado e chefiado naquela época pelo ex-bicheiro João Arcanjo.