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Cuiabá, 14 de Setembro de 2025
14 de Setembro de 2025

01 de Setembro de 2015, 14h:25 - A | A

JUDICIÁRIO / DEPOIMENTO BOMBA

Henry afirma que remédios são 300% superfaturados e cita máfia das próteses no Metropolitano

Médicos ortopedistas estariam colocando prótese nacional e cobrando preço de importada. Remédios podem estar sendo comprados 300% mais caros.

KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO



Caiu como uma 'bomba' o depoimento do médico, ex-deputado federal e ex-secretário de Saúde de Mato Grosso, Pedro Henry, à CPI das Organizações Sociais em Saúde (OSS), na Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (1). Aos deputados, o Henry, que foi responsável pela implantação do modelo de gestão,  acabou expondo pelo menos duas “máfias” que 'sugam a saúde pública do Estado', por meio da compra de remédios e próteses superfaturados.

Henry revelou um esquema de compra de medicamentos a preços até 300% acima do valor de mercado, o que poderia ser encontrado bem mais barato em uma plataforma nacional, virtual, utilizada, segundo ele, por 800 hospitais do Brasil

Ainda forte defensor do modelo de concessão, Henry acabou afirmando que, em Mato Grosso, há compra de medicamentos a preços até 300% acima do valor de mercado, o que poderia ser encontrado bem mais barato em uma plataforma nacional, virtual, utilizada, segundo ele, por 800 hospitais do Brasil, entre eles os mais renomados como Sírio Libanês, em São Paulo.

Durante o depoimento de Henry, o deputado Emanuel Pinheiro (PR), relator da CPI, revelou que recebeu, esta semana, uma denúncia apontando quatro médicos ortopedistas do Hospital Metropolitano de Várzea Grande,  que estariam colocando em pacientes do SUS próteses de modelos nacionais, porém cobrando pelo valor de importadas que são mais caras.

O deputado Emanuel Pinheiro revelou que recebeu, uma denúncia apontando quatro médicos do Hospital Metropolitano de Várzea Grande, que estariam colocando de modelos nacionais, porém cobrando pelo valor de importadas

O Metropolitano de Várzea Grande é uma das unidades hospitalares de Mato Grosso administradas por OSS, mas desde janeiro deste ano o contrato com o Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (Ipas) está suspenso por suspeita de irregularidades. Sendo assim, a unidade está, desde então, sob a responsabilidade da gestão direta. O IPAS também administrava os hospitais regionais de Alta Floresta e Colíder.

Pinheiro questionou Henry se tinha conhecimento deste esquema de próteses, que não seria novo. Henry, que foi secretário de janeiro a novembro, de 2011, na gestão do então governador Silval Barbosa (PMDB), disse que isso está ocorrendo por terem excluído o IPAS. Na opinião dele, na gestão direta, ninguém não dá conta de dizer aos médicos para irem “fazer graça” em outro lugar.

Na opinião de Henry, na gestão direta, ninguém não dá conta de dizer aos médicos para irem “fazer graça” em outro lugar.

O ex-secretário, que é condenado no esquema do Mensalão, destacou que não vê outra forma de gestão da saúde senão via OSS e que este modelo começou a chamar a atenção dele, como secretário, quando percebeu que o orçamento aprovado pelos deputados da AL-MT, ano a ano, não daria para pagar os gastos da pasta nem até setembro, quanto mais para “chegar vivo” em dezembro.

O relator questionou também se o modelo terceirizado de gestão da saúde coíbe um dos problemas que assola a saúde pública que é a corrupção e o médico respondeu que a vulnerabilidade do sistema não é uma questão essencial e sim a praticidade.

RepórterMT

Pedro Henry

Henry acabou expondo pelo menos duas “máfias aos deputados

Ele afirma que as OSS São Camilo e Santa Catarina estão fazendo um bom trabalho nos Hospitais Regionais de Rondonópolis e de Cáceres.

Diz ainda que isso é possível, no caso do Estado pagar pelos serviços prestados e não 'dar calote nas organizações gestoras'.

Para prestar depoimento à CPI, Henry, que condenado por participação no escândalo do mensalão e responde ao processo em regime aberto, com o monitoramento de tornozeleira eletrônica, o ex-secretário precisou ,do consentimento da Justiça, para poder desviar a rota autorizada a ele, que é da casa para o trabalho, no Hospital Santa Rosa, onde faz serviços administrativos, e vice-versa.

A CPI ficou de convocar o atual secretário de Estado de Saúde,  Marco Bertúlio, para esclarecimentos sobre as máfias dos remédios e das próteses. Mas Pinheiro disse que ainda vai analisar, internamente, junto com outros integrantes da comissão de investigação, quem será o próximo a depor.

RepórterMT

Pedro Henry

Henry acabou afirmando que, em Mato Grosso, há compra de medicamentos a preços até 300% acima do valor de mercado

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