FRANCISCO BORGES
DA REDAÇÃO
O Ministério Público Estadual (MPE), por meio da 11ª Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, instaurou um procedimento preparatório para a abertura de um inquérito civil público para apurar supostas irregularidades no funcionamento de armas de fogo da marca Tauros, adquiridas recentemente pelo Governo do Estado e distribuídas para uso das forças policiais. Quem assina o procedimento, datado de 10 de agosta deste ano, é o ex-secretário de Estado de Segurança Pública, promotor de Justiça Mauro Zaque de Jesus.
Zaque disse à reportagem que ainda é muito cedo para se fazer qualquer avaliação, mas não está descartada a hipótese da denúncia de falhas nos armamentos estar relacionada com o caso ocorrido no bairro CPA III. Na ocasião, que acabou com a morte de um policial militar e um homem de 29 anos, foi cogitado que a arma utilizada pelo PM travou na hora do combate.
O bandido teria atirado contra a cabeça do policial que morreu na hora na porta da residência onde supostamente aconteceu o confronto. Já o homem que também morreu na mesma ação, o caso ainda está sendo analisado. O duplo homicídio ocorreu no dia 2 de agosto deste ano e uma linha de investigação foi aberta pela Polícia Civil para apurar os fatos.
De acordo com o ex-secretário, ainda será necessário trocar todo o lote de armamento adquirido pelo governo, caso seja comprovado mau funcionamento dos equipamentos.
“Não podemos dizer sobre qual caso isso se refere, mas pode ser do caso do CPA III. Nada está descartado”, disse Zaque ao explicar que só vai ser possível saber sobre qual caso específico a denúncia se refere conforme o andamento das investigações do MPE.
De acordo com o ex-secretário, ainda será necessário trocar todo o lote de armamento adquirido pelo governo, caso seja comprovado mau funcionamento dos equipamentos. No entanto, ele pondera que isso também virá com o decorrer das investigações. “Se for constatado que as armas estão com defeito é claro que iremos pedir que sejam substituídas por outras que não falhem”, salientou Mauro.
O promotor contou ainda que já solicitou documentos das armas junto à Secretaria de Estado de Segurança Pública no sentido de melhor averiguação do material adquirido. O procedimento tem prazo de 90 dias de duração, mas pode ser prorrogado.