ANA ADÉLIA JÁCOMO
DA REDAÇÃO
O empresário Pérsio Briante, dono do jornal Circuito Mato Grosso, e o ex-secretário de Fazenda Éder Moraes serão ouvidos nesta terça-feira (24) em audiência de instrução e julgamento do processo que apura fraudes na compra de máquinas feitas pelo Estado em 2010. O processo ficou conhecido como “escândalo dos maquinários”.
Pérsio era considerado o delator do esquema, que teria ocorrido no Governo de Blairo Maggi (PR) – atual senador da República. No entanto, a Justiça entendeu que a a delação só é feita quando há a confissão de um crime, o que não aconteceu. Por isso, Briante passou a ser arrolado apenas como testemunha, e não delator. A compra fazia parte do pacote MT 100% Equipado.
Éder e Blairo já foram absolvidos do processo há um ano pelo ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva. No entendimento do magistrado, os atos que ambos praticaram “referem-se ao contrato de
Investigação apontou indícios de superfaturamento de R$ 44 milhões na compra dos maquinários, que custaram aos cofres públicos R$ 241 milhões, no final do Governo Blairo Maggi
empréstimo com o BNDES, e não guardam relação com os procedimentos licitatórios desencadeados pelas Secretarias de Administração e de Infraestrutura”.
Julier destacou na sentença que “Blairo Borges Maggi e Éder de Moraes Dias, não participaram dos atos próprios à aquisição dos maquinários. Limitaram-se à obtenção dos recursos, e não à sua destinação”.
Ao todo, serão 68 testemunhas de defesa, convocadas pelos advogados dos 13 réus no processo, que tramita na 7ª Vara Criminal da capital. As testemunhas arroladas pelo Ministério Público do Estado (MPE) foram ouvidas nesta segunda-feira (23), no Fórum de Cuiabá
As audiências deverão ser realizadas até o dia 27 deste mês. As fraudes teriam ocorrido durante a compra de 408 caminhões e 297 máquinas pra recuperação e manutenção de estradas.
Uma investigação apontou indícios de superfaturamento de R$ 44 milhões na compra dos maquinários, que custaram aos cofres públicos R$ 241 milhões.
Entre as 13 pessoas denunciadas pelo Ministério Público, estão o ex-secretário de Administração, Geraldo de Vitto, um servidor público e mais dez pessoas, donos de empresas que forneceram os caminhões e máquinas.
Também foi denunciado e condenado o ex-secretário de Infra-estrutura, Vilceu Marchetti, assassinado no ano passado em uma fazenda na região do Pantanal. Entre os convocados como testemunhas estão o ex-secretário de Fazenda Éder Moraes e o ex-governador Blairo Maggi.
Maggi vai prestar depoimento por carta precatória. Justiça Federal Na esfera federal, condenou ainda Geraldo de Vitto.