DA REDAÇÃO
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, e o ministro Gilmar Mendes (de MT) trocaram farpas na sessão desta quarta-feira (2), em Brasília, durante discussão sobre a possibilidade de presos condenados a regimes aberto e semiaberto cumprirem prisão domiciliar.
A discussão expôs Mato Grosso, porque, para rebater Mendes, Lewandowski disse que não é do Estado, insinuando ser terra de corrupção. Antes, Mendes tinha dito não ser de São Bernardo, cidade que projetou Lula. Insinuando o mesmo. Antes de mais nada, a briga expõe de que lado está cada um deles. Ficou feio!
O petista Lula, enquanto presidente, é que indicou Lewandowski ao STF. Já Mendes foi indicado pelo tucano Fernando Henrique Cardoso.
CONFIRA O BATE-BOCA NA ÍNTEGRA:
Lewandowski - "Vossa excelência está dizendo que eu não estou tratando com a devida seriedade?"
Mendes - "Vossa excelência não está tratando com a devida seriedade".
Lewandowski - "Não, não absolutamente, peço que vossa excelência retire isso".
Mendes - "Porque eu não sou de São Bernardo, e não faço fraude eleitoral".
Lewandowski - "E eu não sou de Mato Grosso. Vossa excelência está fazendo ilações incompatíveis com a seriedade do Supremo Tribunal Federal".
BRIGA POLÍTICA
A questão da prisão domiciliar ficou em segundo plano e a discussão acabou encerrando a votação que deve ser colocada em pauta nesta quinta-feira (3) novamente.
Lewandowski afirmou que, quando quer, fala abertamente e não faz insinuações. "Eu digo diretamente, ministro, o que eu tenho a dizer, não insinuo nada", reforçou.
Mendes respondeu a ele que “pouco importa".
Para encerrar a discussão, o ministro Luiz Fux interferiu no debate, destacando que o ponto de conflito entre os dois "é uma questão diminuta em relação à essência do voto".