CELLY SILVA
DA REDAÇÂO
Alexandra Fachone, delegada que compõe o grupo de delegados de Polícia Civil que conduzem as investigações relativas à organização criminosa acusada pelo Ministério Público Estadual (MPE) de extorsão de empresários com contratos com o Estado, lavagem de dinheiro, entre outros delitos, durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), entre os anos de 2011 e 2014, prestou esclarecimentos em audiência de instrução da operação Sodoma 2, na tarde desta segunda-feira.
À juíza Selma Rosane Santos Arruda, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, a delegada da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), contou como foram conduzidos os trabalhos de deflagração da Sodoma 2, oitivas de réus, além de explicar a participação de cada membro da suposta organização criminosa.
A maior surpresa da audiência ocorreu quando, questionada pelo advogado Bruno Alegria sobre a participação do médico Rodrigo Barbosa, filho mais velho de Silval Barbosa, no esquema, a delegada afirmou que o ex-secretário de Administração, Pedro Elias Domingos, depôs que ficava com 15% da propina recebida de empresários e repassava a outra parte para Rodrigo, que, por sua vez, “lavava” o dinheiro em uma factoring de alguém da família dele, identificado como Jurandir, dono da “Solução Cosméticos”.
"Segundo o Pedro Elias, ele [Rodrigo] trocava esse dinheiro numa factoring do Jurandir [da Silva Vieira], dono da Solução Cosméticos", disse Fachone, que ainda asseverou que “com certeza” Rodrigo lavou dinheiro pois esse é o “modus operandi” dos crimes de corrupção.
Bruno Alegria, que faz a defesa de Rodrigo questionou a delegada sobre o motivo dessa informação não constar nos autos e ela disse que poderia fazer parte de outra investigação ainda em curso e que poderia ter se confundido.
A delegada ainda confirmou uma das acusações feitas pelo advogado de defesa do ex-chefe de gabinete Sílvio César Corrêa Araújo de que o arquiteto e delator José da Costa Marques recebeu cheques da empresa Consignum, de propriedade de Willians Paulo Mishcur, que era extorquido pelo ex-secretário de Administração César Zílio. Os cheques recebidos por Marques foram referentes a pagamentos de honorários do projeto que ele executou para a mansão de Zílio em um luxuoso condomínio fechado de Cuiabá.
A delegada ainda afirmou que conduziu algumas das oitivas feitas com o empresário Júlio Minoru Tsujii, dono da Web Tech Software, que também pagava propina na Secretaria de Estado de Administração (SAD) e adiantou que outras investigações ainda estão sendo feitas na Defaz porque, segundo ela "outros empresários certamente ainda vão aparecer".
Intrigado 23/08/2016
Testemunha da defesa!!!!!!!!!! kkkkkk Parabéns p defesa, acabou de afundar o "defendido".
1 comentários