RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO
O presidente da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, Antônio Preza alega défict de R$ 7 milhões e diz que não tem previsão de regularizar os salários dos enfermeiros e médicos, que estão em greve há uma semana, por atrasos de dois e quatro meses, respectivamente.
Preza argumenta que há uma dívida de repasses de R$ 20 milhões, referentes a serviços prestados que não teriam sido pagos e de acordos que não teriam sido cumpridos pelos governos municipal e estadual. Os débitos, nesse montante, são negados pela Prefeitura de Cuiabá e também pelo Governo do Estado.
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“Com déficit de R$ 700 mil/mês, somando 10 meses nos temos um déficit de R$ 7 milhões que precisam ser resolvidos, então, as emendas é que estão mantendo o hospital aberto, o déficit é grande. Como estamos paralisados, o déficit vai ser maior”, disse nesta terça-feira (7) na tribuna da Câmara de Cuiabá.
Preza relatou que parte desse passivo seria referende ao acordo feito com a Prefeitura sobre leitos de retaguarda, que serviram para retirar pacientes que estavam no corretor do Pronto-Socorro. Ele cita que o Executivo municipal teria deixado de transferir R$ 900 mil.
O secretário municipal de Saúde, Huark Douglas Correia, que também esteve na Câmara nesta terça, rebateu a fala do presidente dizendo que atualmente, o Executivo municipal deve apenas R$ 191 mil relativos ao Índice de Valorização de Qualidade (IVQ). Sobre o valor para leitos de retaguarda, o gestor comentou que a Santa Casa não construiu novos leitos, que apenas reformou os que tinham e, por isso, estão sendo realizadas auditorias desde o ano passado.
O presidente da Santa Casa afirmou que os novos leitos foram construídos e requereu uma reunião com prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) para debater sobre o débito.
Ele disse ainda que o Governo do Estado ainda não cumpriu um acordo de repassar cerca de R$ 33 milhões com os hospitais filantrópicos do Estado. Alega que desde 2015 vem pedindo ajuda e que realizou uma auditoria, com uma empresa indicada pelo Executivo estadual, que apontou o mesmo problema financeiro da administração da Santa Casa.
Preza reclamou da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) que, segundo ele, está defasada.
“Cada R$ 100 reais que a gente gasta com o doente internado pelo SUS, o SUS só remunera R$ 60, esses R$ 40 ficam represados à custa do hospital filantrópico. A lei da filantropia fala que o hospital filantrópico que trabalha pelo SUS ele tem que ter 60% dos leitos destinados ao SUS e 40% aos particulares. A Santa Casa hoje está em torno de 15%, tem que atingir 40%”, ponderou.
Outro lado
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) afirma que não há o acordo citado pelo diretor da Santa Casa para repasse de R$ 33 milhões. Sobre os serviços prestados ao Executivo estadual, esclarece em nota, que no dia 31 de julho foi depositado no Fundo Municipal de Saúde de Cuiabá o valor de R$ 2.955.008,94 e, deste total, R$ 439.295,04 será repassado pela Prefeitura para à Santa Casa de Cuiabá.
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Beto 07/08/2018
E o salário dos parentes do Diretor ? Segundo as mas é boas línguas o total chega a R$ 200.000,00 / mês ?? Assim fica difícil 😃👍🏽
Fatima 07/08/2018
Eai como fica os funcionários sem receber então fecha logo não estao dando conta de pagar porque ninguém tem obrigação de trabalhar sem receber é muita safadeza isso parece que esses governantes não estão nem ai com quem precisa dos hospitais públicos
2 comentários