LUCAS BORGES TEIXEIRA
DO UOL
O governo anunciou hoje o aumento da quantidade de biocombustível na gasolina e no diesel para tentar segurar os preços.
A mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina passa de 27% para 30% e de biodiesel no diesel comum, de 14% para 15%. A decisão foi tomada na reunião extraordinária do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) nesta manhã, com a presença do presidente Lula (PT).
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As novas misturas começam a valer a partir de 1º de agosto. A expectativa é que o litro da gasolina caia em até R$ 0,11, com um impacto de R$ 0,02 por quilômetro rodado, segundo o Ministério de Minas e Energia.
A decisão visa aliviar os possíveis impactos no petróleo internacionalmente. O preço atual do barril se aproxima dos US$ 80, mas há um receio de que, com o conflito no Oriente Médio, possa passar de US$ 100.
O objetivo é diminuir a importação de combustível. "O preço que a Petrobras tem adotado, o preço de paridade da importação da gasolina, já [está] subindo. A gente está muito suscetível a impactos no preço ao não adotar políticas como estamos fazendo hoje", afirmou Pietro Mendes, secretário nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME.
No diesel, a mudança só servirá para segurar o aumento na bomba, sem queda, segundo o MME. O preço do combustível, que vinha em queda por causa da mistura com biodiesel, resultado da safra recorde de soja, voltou a subir com o conflito internacional.
Hoje, cerca de 23% do diesel no Brasil é importado. "Então, a nossa exposição a esse risco é ainda maior", afirmou Mendes. "[A mudança] é fundamental para a resiliência e para a segurança energética."
O momento é de incerteza. "A gente está vivenciando hoje uma volatilidade de preço muito grande, o risco de ter uma irrupção das cadeias de fornecimento globais, por isso que essa medida é importante para a estabilidade geopolítica do Brasil", explicou Mendes.
Israel e Irã têm mantido o cessar-fogo desde ontem, depois de 12 dias de conflito. Os Estados Unidos, que interferiram no conflito, têm dito que as negociações estão "promissoras", mas o mercado internacional segue tenso.