RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO
O pai da bebê índigena que foi enterrada viva pela bisavó e avó, em Canarana (837 km de Cuiabá), disse à Polícia Civil que pretende ficar com a criança. O anúncio foi feito ao delegado responsável pela invetigação, Deuel Paixão Santana.
A bebê recebeu alta nesta segunda-feira (9) da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, mas ela terá que permanecer no local até que o Ministério Público do Estado (MPE) decida seu destino.
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Em depoimento, o pai, que é maior de idade e mora na aldeia da etnia Trumai, disse que ficou sabendo do caso através das redes sociais e pela mídia. Ele conta que passou alguns meses em Canarana e teve um relacionamento passageiro com mãe da criança, uma adolescente de 15 anos.
O índio afirmou que pretende ficar com a guarda da bebê. O delegado ainda quer ouvir outras testemunhas para concluir o inquérito.
O caso
Segundo as investigações da Polícia Civil, o crime foi motivado pelo fato da mãe da bebê, uma adolescente indígena, ser solteira. A bisavó, Kutsamin Kamayura, e a avó, Tapoalu Kamayura, da criança teriam premeditado e planejado o que seria feito com o bebê logo depois do parto.
A bisavó se tornou ré em uma ação proposta pelo Ministério Público do Estado (MPE) por ter participado do crime. Inicialmente, ela alegou à polícia que acreditou que a menina estivesse morta e, por isso, enterrou a bebê, conforme costume de sua comunidade.
Em junho, o juiz Darwin de Souza Pontes, da Primeira Vara Criminal e Cível de Canarana, determinou que bisavó e avó usem tornozeleira eletrônica. Segundo o magistrado há informações de que elas ao invés de cumprir prisão administrativa na sede da Fundação Nacional do Índio (Funai), foram levadas para a aldeia em Gaúcha do Norte.
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